
Há 19 dias em greve, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de São Paulo decidiram, em assembleia, manter a paralisação no município e ampliar a mobilização contra a reforma da Previdência do prefeito Bruno Covas (PSDB). Uma nova assembleia foi agendada para a próxima terça-feira (26), a partir das 15h, em frente à prefeitura.
A decisão da categoria ocorreu após a reunião entre representantes dos servidores municipais e do governo, na manhã desta sexta-feira (22), que confirmou a resposta negativa do prefeito à reivindicação dos servidores, que exigem a revogação da Lei 17020/18, aprovada em dezembro do ano passado durante o recesso do final de ano.
Com a nova lei, a alíquota de contribuição descontada no contracheque dos servidores passou de 11% para 14%. Além disso, foi instituída a previdência complementar, o chamado Sampaprev, espécie de plano de previdência individual semelhante ao modelo de capitalização, cujo trabalhador é responsável por fazer uma poupança individual para a sua aposentadoria na velhice.
“O prefeito disse que qualquer discussão sobre a Lei 17020/18 só será realizada com os servidores municipais após a aprovação da PEC da Previdência Federal”, diz trecho do documento divulgado pelo Fórum Sindical das Entidades em Greve.
“É inaceitável a resposta, sem detalhamento, ainda com argumentos que deixam claro que, se a PEC da morte de Bolsonaro for aprovada, o governo municipal poderá agravar ainda mais o confisco já praticado com a aprovação do Sampaprev”, continua a nota dos servidores.
O dirigente executivo da CUT, Julio Turra, presente na assembleia, parabenizou a luta dos servidores municipais e disse que a CUT é solidária ao movimento grevista e está à disposição da luta em defesa da aposentadoria.
“Assumimos o compromisso de fazer tudo o que for possível para garantir os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e assegurar a Previdência Social pública, solidária e para todos”, garantiu o dirigente.
“E o prefeito Covas, que falou em revisar a lei só depois de aprovada a reforma de Bolsonaro, já pode suspender a reforma da Previdência municipal, porque a classe trabalhadora vai derrotar a proposta de Bolsonaro na rua, nos locais de trabalho, na mobilização”.

Luta nacional contra a reforma da Previdência
Diante da proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL/RJ), que atinge fortemente os servidores públicos de todas as esferas, sejam municipais, estaduais ou federais, os servidores públicos do município de São Paulo aprovaram a ampliação da luta contra o fim da aposentadoria e irão integrar as mobilizações unitárias da classe trabalhadora a nível nacional.
Após a assembleia, os servidores municipais seguiram em caminhada até a Av. Paulista, em frente ao escritório da presidência da República, para protestar contra a reforma da Previdência de Bolsonaro.