CNA, Ciesp e Abinee divulgam notas públicas criticando medida dos EUA e defendem ação do governo brasileiro
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros gerou forte reação de entidades representativas do setor produtivo nacional, que manifestaram apoio à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a medida.
Em notas divulgadas nesta quinta-feira (10), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) classificaram a taxação como unilateral, injustificada e prejudicial à economia brasileira.
A CNA destacou que a medida afeta diretamente o agronegócio nacional, um dos principais setores exportadores para os Estados Unidos. “Essa tarifa compromete a competitividade dos nossos produtos, atinge produtores rurais de todos os portes e põe em risco empregos em toda a cadeia produtiva”, afirmou a entidade em nota.
Já o Ciesp defendeu a necessidade de uma reação firme do governo brasileiro no âmbito diplomático e jurídico. “É fundamental que o Brasil leve essa questão aos fóruns internacionais apropriados, como a Organização Mundial do Comércio, para assegurar que nossas empresas não sejam prejudicadas por barreiras arbitrárias”, declarou o centro industrial paulista.
A Abinee, que representa o setor eletroeletrônico, alertou para os impactos no comércio de equipamentos, componentes e tecnologia, e reforçou apoio às ações anunciadas pelo governo federal. “A decisão fere os princípios do comércio internacional e vai na contramão do diálogo multilateral que deve prevalecer entre nações soberanas”, disse a associação.
O tarifaço foi anunciado por Trump na quarta-feira (9) por meio de uma carta enviada diretamente ao presidente Lula, prevendo que as novas taxas entrem em vigor a partir de 1º de agosto. Diante da repercussão negativa, Lula, ministros e lideranças do Congresso prometem uma resposta firme por meio de negociações diplomáticas e possíveis ações na OMC.