Tradicional alimento à mesa todas as manhãs, o pão francês custa até 32,3% mais caro em 2016 na região de Sousas e Joaquim Egídio. A constatação é do Jornal Local, com base em uma pesquisa de preços em sete comércios da região. O fato é que se durante o período de um ano, os moradores comprarem pão no local mais barato, conseguem uma economia de R$ 1.061, garantindo, por exemplo, uma viagem para Buenos Aires, capital da Argentina, com passagem aérea e hospedagem.
A reportagem saiu às ruas dos distritos e encontrou o quilo do pãozinho a R$ 11,90 nos locais mais caros e a R$ 8,99 no ponto mais barato. Um quilo do produto equivale a oito pães, segundo os especialistas no assunto.
O proprietário de padaria Carlos Eduardo, de 72 anos, comercializa o produto a R$ 10,90 o quilo e comentou que o preço um pouco abaixo é uma forma de atrair a clientela em uma época da alta do dólar, que impacta diretamente no preço do trigo importado dos Estados Unidos, Canadá e Argentina. “E subiu energia e água ainda”, atentou o empresário.
Gerente de um supermercado que vende o pão a R$ 9,99, Vilmar Alves Ferreira, de 52 anos, explicou que em centros maiores de compra o produto é oferecido com menor custo por causa da variedade de mercadorias expostas nesses locais. “Temos açougue, varejão, e o preço mais em conta é um meio de competirmos com as padarias”, disse. Ele mencionou os descontos na farinha de trigo devido à aquisição em massa para abastecimento de estoque e prateleiras. “Temos essa regalia”, comentou.
Caso os sousenses e egidienses procurem o lugar mais barato até dezembro, eles pouparão R$ 1 mil e será possível fazer uma viagem para o exterior. Informações de uma agência de turismo nacional dão conta de que a passagem aérea e hospedagem de um dia para uma pessoa em Buenos Aires têm esse mesmo valor.
Economista da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Francisco Crocomo, acredita em uma estabilização do dólar, no sentido de a moeda americana não ultrapassar a casa dos R$ 4. “Quando o dólar sobe, ele pressiona a inflação (aumentando preços), mas creio que a moeda fique acima de R$ 3 e abaixo de R$ 4”, analisou.
A sugestão do especialista é pesquisar e optar pelo melhor estabelecimento. “Não há dúvida. O ideal agora, em tudo, é assim (pesquisar preço). A coisa está apertada e sem garantia de salário”.
Para o profissional de construção civil, Vladimir de Assis, de 46 anos, o filãozinho “estourou” no país. “Não está mais fácil comprar nem o pãozinho, está caro sim”, falou.
Por outro lado, um aposentado que quis ser identificado apenas como Alves, de 71 anos, disse prezar pela qualidade do alimento e por isso não se importa em pagar um pouco mais na padaria que frequenta há vários anos.
(Paulo Medina)