
Morador de um condomínio fechado contraiu a doença nos distrito
Campinas registrou a quarta morte por dengue este ano. Balanço divulgado pela prefeitura aponta 22.544 ocorrências confirmadas da doença do início do ano até dia 13 e 4.369 casos ainda sendo investigados. Uma das mortes foi de um médico de 95 anos, morador do Jardim Botânico, em Sousas.
De acordo com a prefeitura, a quarta vítima foi um homem de 76 anos, morador da região norte da cidade. Estão sendo investigadas mais cinco mortes, que podem ter ocorrido em razão da doença.
Segundo comparativo do Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão estadual, Campinas lidera, em números absolutos, o número de casos confirmados de dengue em todo o estado. Em segundo lugar está Sorocaba. A capital paulista ocupa a terceira posição.
Os casos da doença em Campinas cresceram desde o início do ano. Foram 1.410 ocorrências em janeiro, 5.692 em fevereiro e 14.911 em março. O balanço parcial, que considera os 13 primeiros dias de abril, aponta 531 ocorrências este mês.
Desde 31 de março, a cidade recebe auxílio do Exército, que cedeu 48 soldados para ajudar na telagem de caixas d’água. Em duas semanas, os cadetes visitaram 494 imóveis e telaram 182 caixas d´água. Neste ano, 740 proprietários de imóveis foram intimados a fazer a limpeza de seus terrenos e cerca de 3 toneladas de potenciais criadouros, como potes, latas e garrafas, são removidas diariamente pelas equipes de saúde.
Casos em Joaquim Egídio
O Centro de Saúde de Joaquim Egídio informou através dos agentes de saúde, que o distrito teve seu primeiro registro de dengue em 2014. Ao todo quatro agentes fazem o monitoramento e visitas as residências do bairro Paredão às fazendas. Eles identificaram que o local com mais incidência do criadouro do mosquito da dengue é o pratinho de flor, depois as caixas d’água de tambor fechadas com tampa de rosca. Em Joaquim nunca houve a nebulização. Em Campinas existem 31 carros que fazem a nebulização com agentes de controle ambiental.
Casos em Sousas
O clínico geral do Centro de Saúde de Sousas, Tarcísio Rabelo, afirma que a tendência da dengue é diminuir, ou ficar estável.
“Está sendo desenvolvida uma vacina pelo Instituto Butantã que vai ajudar bastante na diminuição da epidemia. Até o final do ano, a vacina estará liberada, pois já foram testadas em mais de 12 mil pessoas, e deve chegar ao mercado em 2016”, diz Rabelo.
Tarcísio afirma que a população precisa denunciar terrenos sujos e lixo jogados para combater de forma eficaz os criadouros.
Um médico de 95 anos, morador do Jardim Botânico, foi o único caso de morte por dengue registrado em Sousas.
Em Sousas 11 agentes atendem a área urbana e rural, eles fazem de 25 a 40 visitas por dia. E alertam para os falsos agentes. “Nós usamos identificação nas roupas e/ou crachá com nome e não entramos nas casas sem permissão do morador”, afirma a agente de saúde Fernanda Siqueira.
Os maiores focos da dengue, segundo os agentes, são as caixas d’água de amianto e as calhas. “As caixas de amianto, após algum tempo a tampa cede e cria um vácuo, por onde proliferam os mosquitos da dengue. O ladrão das caixas d’água também são os vilões do mosquito, pois o respiro também precisa ser selado”, diz a agente Tânia Costa.
Os agentes estão distribuindo gratuitamente telas para serem colocadas nas caixas d’água. Eles alertam para que o morador vistorie constantemente as caixas d’água. As calhas também precisam ser limpas e as folhas devem ser retiradas, principalmente após a chuva.
As piscinas em construção também são focos do mosquito. É preciso que o morador tenha consciência com pratos de plantas, água de reuso e as bromélias que também são as grandes vilãs da dengue.
Apoio
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) firmou parceria com a Prefeitura. O acordo estabelece que os próprios corretores fiscalizem os imóveis e inviabilizem os criadouros do mosquito – todo recipiente e/ou local que acumula água. Eles também podem acionar a Vigilância em Saúde, quando necessário, e também contribuir com as autoridades sanitárias facilitando o acesso das equipes às residências.
Desde o início da parceria, o Creci conquistou a adesão de 50% das 800 imobiliárias da cidade. A ação já atingiu 65% dos 15 mil imóveis disponíveis para locação no município.
Balanço:
420 mil toneladas de entulhos foram removidas desde 2013 pela Secretaria de Serviços Públicos;
22 mil caixas d’água foram teladas desde 2013;
3 toneladas de criadouros (potes, latas, garrafas, etc) são removidas diariamente pelas equipes de saúde;
740 proprietários foram intimados a fazer a limpeza de seus terrenos em 2015;
2.791 foram notificados a manter suas calçadas em ordem, desde 2013;
200 mil imóveis foram visitados pelas equipes de saúde desde 2014 para remoção de criadouros e para ações de educação e mobilização social;
42 mil imóveis foram nebulizados em 2015;
900 prédios públicos, entre escolas, centros de saúde e outros estão sendo vistoriados pela Sanasa para manutenção e telamento de caixas d’água;
52 mil alunos receberam revistas educativas com informações sobre dengue.