
Ele foi indicado para ocupar o cargo de subprefeito pela vereadora Débora Palermo (PSC). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura de Campinas, no dia 13 de maio
Uma investigação que corre desde 2017 no Ministério Público do Trabalho de Campinas, apura o suposto envolvimento do atual subprefeito de Joaquim Egídio, Maurício Augusto Lopes, em um caso de assédio sexual ocorrido nas dependências da Cohab Campinas – Companhia de Habitação Popular, quando Maurício era comissionado da Secretaria da Habitação.
Ele foi indicado para ocupar o cargo de subprefeito pela vereadora Débora Palermo (PSC). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura de Campinas, no dia 13 de maio.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, em fevereiro de 2020, o órgão recebeu a denúncia de que funcionárias e estagiárias da COHAB estavam sendo assediadas sexualmente por funcionários comissionados da empresa.
Em nota, o MPT diz que o procurador José Pedro dos Reis investigou a conduta da COHAB e, após a juntada de diversos documentos pelo jurídico da empresa, decidiu pelo arquivamento do feito, haja vista a empresa ter tomado providências internas para a solução do caso. Contudo, tendo em vista que assédio sexual configura um crime, previsto no Código Penal, em junho de 2020, o procurador achou por bem remeter o procedimento para investigação do Ministério Público Estadual, responsável pelo âmbito criminal.
“Após apreciação superior foi requisitada uma investigação em solo policial e o caso encaminhado à Delegacia Seccional de Campinas”, conclui a nota da assessoria de imprensa do MPT.
O inquérito corre em segredo de justiça, mas de acordo com uma testemunha, que prefere não se identificar, um dos comissionados que trabalhava na Cohab, recebeu uma foto da namorada “nua” e repassou a um grupo de colegas de trabalho.
Procuramos a assessoria de imprensa da Cohab que confirmou o caso, e informou que na época, Maurício sofreu um processo disciplinar, já concluído, porém a legislação impede de fornecer qualquer informação sobre o caso, uma vez que, por Direito Constitucional, sua tramitação é sigilosa. As únicas pessoas que podem se manifestar são os próprios interessados ou seus advogados.
Nossa reportagem também procurou a delegada Maria Helena Taranto Joia da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas (DDM), que disse não poder dar mais detalhes sobre o caso por tratar-se de um processo em segredo de justiça.
Diante dos fatos, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campinas e questionou a contratação do comissionado, sendo que, corre na Justiça um processo criminal contra ele.
Em nota, a Prefeitura esclareceu que no serviço público municipal, só estão vedadas de assumir um cargo público quem tiver alguma condenação, em qualquer tipo de processo judicial. Quando os casos estão em tramitação não há impedimento legal na contratação.
Ameaças a imprensa local
A conduta do atual subprefeito já causou constrangimentos a outras vítimas, inclusive a proprietária do Jornal Local, Sandra Venancio, que no final de 2008, registrou um Boletim de Ocorrência, na 12ª Delegacia de Sousas por ameaças sofridas por Maurício.
Naquela ocasião, o Jornal Local, através de uma denúncia, apurou que ele utilizava de uma máquina e de servidores da subprefeitura de Sousas, para a execução de obras na piscina de sua chácara. Na época dos fatos, ele alegou que a remoção de terra era uma doação para a subprefeitura de Sousas.
Segundo a proprietária do jornal, após a publicação da matéria, recebeu uma ligação de Maurício. “Você deve ter muita bala na agulha para aguentar o que vem por aí”, disse em tom de ameaça.




