Governador de São Paulo diz que medida contra o ex-presidente é “absurda” e acusa STF de punir apoiadores políticos
Por Sandra Venancio – Foto Antonio Cruz/Agencia Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou duramente nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificando a decisão como “um absurdo” e acusando o Judiciário de condenar sem provas.
Clique aqui para fazer parte da comunidade do Jornal Local de Campinas no WhatsApp e receber notícias em primeira mão.
Em um vídeo de cerca de 50 segundos publicado nas redes sociais, Tarcísio evitou mencionar diretamente o nome do ministro Alexandre de Moraes, mas elevou o tom contra as decisões que levaram Bolsonaro ao cumprimento de prisão domiciliar. “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”, questionou o governador. “Hoje, cada um de nós brasileiros de bem, que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam, não vão calar esse movimento”, completou.
Tarcísio afirmou ainda que o ex-presidente foi “julgado e condenado muito antes de tudo isso começar”, por “uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”. A medida cautelar, decretada nesta segunda-feira, impede Bolsonaro de usar celular, internet e receber visitas não autorizadas, determinando que ele permaneça em sua residência oficial em Brasília.
A prisão domiciliar foi determinada após o descumprimento de medidas cautelares impostas pelo STF em julho, quando Bolsonaro se dirigiu a apoiadores por viva-voz, por intermédio de seu filho Flávio, durante protestos no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O ato foi considerado violação das restrições impostas, que incluíam proibição de comunicação pública e de contato com aliados envolvidos em investigações.
Bolsonaro é réu no Supremo acusado de tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022, caso que também envolve a suposta elaboração de um decreto para anular o resultado eleitoral. A defesa do ex-presidente nega as acusações e afirma que a prisão domiciliar é ilegal. O julgamento de mérito do processo está previsto para ocorrer ainda em 2025.