Delegado Rocha alerta sobre os perigos de negócios pela internet
Golpe do OLX, do falso leilão, pesquisas telefônicas fraudulentas, entre outros são as novas armas dos bandidos virtuais. Com a pandemia, os crimes virtuais dispararam e, os Distritos não escaparam da ação dos bandidos.
Sobre essa nova modalidade de delito, a reportagem conversou com o Delegado Rocha da Polícia Civil, responsável pelo 12º DP de Sousas e Joaquim Egídio.
Segundo ele, os criminosos têm criado novas formas de agir durante a pandemia e atingir mais vítimas. Uma delas é o golpe da plataforma OLX e do site Web Motors. “O proprietário do veículo cria um anúncio na plataforma de venda, com fotos do carro e preço de mercado. O estelionatário clona o anúncio e anuncia com preço menor, para atrair a atenção de compradores. O golpista entra em contato com a vítima, dá o endereço do anunciante, mas pede para que a ela não comente com a pessoa, no caso proprietário do veículo, sobre a negociação, alegando que o dono do veículo tem uma dívida com ele. Com isso, o golpista cria um álibi e faz a transação pedindo que a vítima deposite o dinheiro na sua conta. Quando a vítima vai buscar o veículo, descobre que caiu em um golpe”, explica.
Segundo o delegado é muito importante que as pessoas busquem informações sobre a transação antes de fazer qualquer pagamento. “A Polícia Civil abre o inquérito, mas é muito difícil de prender o golpista. Eles geralmente abrem uma conta fria, com documentos roubados. Usam a conta para fazer, no máximo dois golpes. Tanto quem anuncia, tanto quem compra, devem tomar muito cuidado com transações online”, alerta.
Outro golpe que fez algumas vítimas nos Distritos, além do OLX, é o golpe do acidente de carro. “O bandido liga para a vítima fingindo ser um parente, o filho ou filha, e diz que se envolveu em um acidente, está machucado e precisa pagar o dono do carro envolvido, pois está com a habilitação vencida. Em seguida, o bandido passa a ligação para outra pessoa, que se passa por dono do outro veículo, e ameaça chamar a polícia, caso o dinheiro não seja transferido imediatamente para sua conta. A família entra em desespero e faz a transferência. Com a pressão psicológica do momento, a vítima acaba não ligando para o filho para saber se a informação procede”, conta o delegado.
Outras ocorrências
A quadrilha presa no último mês voltou a agir na região da Rotatória da D. Pedro, perto da Leroy Merlin. “Prendemos essa quadrilha com 19 elementos que atuavam nessa área. Pedimos a prisão preventiva de três suspeitos, que podem ser presos a qualquer momento. A quadrilha atuava no local há quase três anos. Eram jovens de 20 a 25 anos, que sequestravam as vítimas por duas ou três horas e levavam para o cativeiro, no bairro do San Diego. Os bandidos roubaram R$ 100 mil reais, além de joias, relógios, celulares e outros pertences. A quadrilha tinha máquina de cartão e geralmente usavam laranjas, que recebiam 10% da operação”, conta Dr. Rocha.
O delegado abriu inquérito e, a equipe de investigadores, durante quase três meses levantou provas e concluiu o relatório final com mais de 120 páginas. Os bandidos vão responder por roubo, sequestro e associação criminosa, A soma das penas pode chegar de 20 a 30 anos.
Outra ocorrência registrada foi em Joaquim Egídio, na região da Riqueza. Bandidos armados invadiram uma casa fizerem reféns, amarraram as vítimas, apontando armas na cabeça, cometendo todo tipo de brutalidade. “Os bandidos foram identificados e já estão presos”, conclui o delegado.