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Inflação de maio é a maior em 25 anos e atinge os mais pobres

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A inflação de alimentação e bebidas (0,44%) ficou próxima à do mês anterior (0,40%). A alimentação no domicílio passou de 0,47% em abril para 0,23% em maio. Já a alimentação fora do domicílio (0,98%) acelerou em relação a abril (0,23%).

O Brasil do ministro-banqueiro da Economia, Paulo Guedes, caminha perigosamente para o descontrole inflacionário. Indicador oficial da inflação no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 0,83% em maio. O resultado, 0,52 ponto percentual acima da taxa de abril (0,31%), é o maior para um mês de maio desde 1996, quando atingiu 1,22%.

O acumulado no ano alcança os 3,22%, e o dos últimos 12 meses, 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses anteriores e bem acima do teto da meta (5,25%). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados nesta quarta (9).

“Os números do IPCA de maio apontam uma inflação de 8,06% nos últimos 12 meses, bem acima da previsão do governo. A inflação só no mês de maio foi de 0,83% a maior inflação para o mês desde 1996. Descontrole total”, publicou em seu perfil no Twitter o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO).

Entre as áreas pesquisadas pelo IBGE, o maior índice foi apurado na região metropolitana de Salvador (1,12%) e o menor, em Brasília (0,27%). Em 12 meses, varia de 6,57% (região metropolitana do Rio de Janeiro) a 11,43% (Rio Branco). Também atinge dois dígitos em Campo Grande (10,91%).

Os nove grupos de produtos e serviços levantados sofreram alta em maio. O maior impacto e a maior variação (1,78%) vieram da Habitação, que acelerou em relação a abril. A segunda maior contribuição veio dos Transportes, cujos preços subiram 1,15%. Depois vieram Saúde e Cuidados Pessoais (0,76%) e Alimentação e bebidas (0,44%).

“Esse resultado do mês tem muito a ver com produtos e serviços monitorados, principalmente energia elétrica e combustíveis”, afirmou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A alta do grupo Habitação (1,78%) deve-se, principalmente, ao resultado da energia elétrica (5,37%), o maior impacto individual no índice do mês.

Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. “O outro fator que ajuda a explicar a alta da energia elétrica é a série de reajustes que houve no final de abril em várias concessionárias de energia elétrica espalhadas pelo país”, prosseguiu Kislanov.

Nos Transportes (1,15%), o maior impacto veio da gasolina (2,87%). No ano, o combustível acumula alta de 24,70% e, em 12 meses, de 45,80%. Os preços do gás veicular (23,75%), do etanol (12,92%) e do óleo diesel (4,61%) também subiram.

A inflação de alimentação e bebidas (0,44%) ficou próxima à do mês anterior (0,40%). A alimentação no domicílio passou de 0,47% em abril para 0,23% em maio. Já a alimentação fora do domicílio (0,98%) acelerou em relação a abril (0,23%).

Alta é maior para os mais pobres

O IPCA se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) abrange as famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. Este ficou em 0,96% em maio, 0,58 ponto percentual acima do resultado de abril (0,38%).

É a maior variação do INPC para um mês de maio desde 2016 (0,98%). No ano, a alta é de 3,33% e, nos últimos doze meses, de 8,90%, acima dos 7,59% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa foi de -0,25%.

Já a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 14 das 17 cidades analisadas entre abril e maio.

Com isso, o salário mínimo ideal subiu para R$ 5.351,11 em maio de 2021. Em abril, o valor havia sido de R$ 5.330,69. O mínimo ideal do mês é quase cinco vezes superior ao piso nacional vigente, de R$ 1.100.

Para chegar ao valor, o órgão calcula o gasto necessário para sustento de uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, com base na cesta de alimentos mais cara do país. Também estima o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta. Em maio, esse tempo foi de 111 horas e 37 minutos.

A pesquisa do Dieese revela ainda que para trabalhadores remunerados com o piso nacional, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, a compra de alimentos básicos para uma pessoa adulta compromete, em média, 54,84% do salário.

Entre os 13 produtos que compõem a cesta básica de alimentos, o açúcar e a carne bovina de primeira registraram aumento de preço em 16 das 17 capitais analisadas. No caso do açúcar, a moagem começou tardiamente e a produtividade nos canaviais foi reduzida. Já a alta da carne pode ser justificada pela soma de câmbio alto, forte demanda externa, altos custos de produção e baixa oferta de animal para o abate.

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