A Prefeitura de Campinas criou um grupo técnico para agilizar as aprovações das obras do Orion, laboratório de biossegurança, e da ampliação do Sirius, do Laboratório de Luz Síncrotron, no complexo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O pontapé inicial dos trabalhos foi dado na tarde desta terça-feira, 22 de agosto, em uma reunião entre o prefeito Dário Saadi, secretários municipais e a diretoria do CNPEM, organização que administra o Sirius e cuidará também do Orion.
Tanto a construção do Orion quanto a ampliação do Sirius receberão recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. O Orion terá R$ 1 bilhão em investimentos e o Sirius, R$ 800 milhões.
A Prefeitura criou o Grupo Especial de Análise (GEA) para agilizar as aprovações das obras dos dois complexos. A previsão de entrega do Orion e da ampliação do Sirius é em setembro de 2026.
O grupo é formado pelas secretarias de Urbanismo, Infraestrutura, Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
“São duas obras importantes, que comprovam a vocação de Campinas para a inovação e a tecnologia, além da saúde, já que o Orion é um laboratório de biossegurança. Queremos garantir que as aprovações aconteçam com agilidade”, disse o prefeito Dário Saadi.
“Paralelamente às obras do Projeto Orion, o CNPEM irá conduzir um programa nacional de treinamento e capacitação em infraestruturas de alta e máxima contenção biológica, voltado à formação de recursos humanos em competências ainda pouco desenvolvidas no Brasil e nos demais países da América Latina”, disse José Roque Silva, diretor-geral do CNPEM.
Participaram da reunião os secretários municipais Marcelo Coluccini (Planejamento e Desenvolvimento Urbano), Aurílio Caiado (Finanças), Carolina Baracat Lazinho (Urbanismo) e Adriana Flosi (Desenvolvimento Econômico), além de José Roque Silva, James Cittadini (diretor-adjunto de tecnologia) e Renata de Vasconcellos Aquino (diretora de serviços compartilhados), do CNPEM.
Projeto Orion
O Orion é um laboratório de biossegurança máxima (NB4) e tem um diferencial em relação às outras 60 instalações do tipo existentes no resto do mundo: este será o primeiro laboratório NB4 em todo o globo a estar conectado a uma fonte de luz síncrotron – o acelerador de partículas Sirius.
É, também, a primeira estrutura do tipo na América Latina.
O complexo de contenção biológica máxima vai permitir a condução de pesquisas com patógenos que podem causar doenças graves e com alto grau de transmissibilidade (das classes 3 e 4, conforme a versão mais recente da Classificação de Risco dos Agentes Biológicos).
Como exemplo de doenças nessas categorias estão o Ebola e aquelas causadas por vírus da família Coronaviridae, como os coronavírus, entre eles, o SARS-CoV-2 (causador da covid-19).
Dessa forma, o Brasil se tornará o terceiro país do continente americano (além de Estados Unidos e Canadá) com condições de monitorar, isolar e pesquisar os agentes biológicos para desenvolver métodos de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
Ampliação do Sirius
Sendo o principal empreendimento científico do Brasil, o Sirius representa um laboratório de luz síncrotron de quarta geração. Essa instalação tem a capacidade de analisar uma variedade de materiais em escalas que abrangem átomos e moléculas.
O projeto foi concebido para acomodar até 38 estações de pesquisa, conhecidas como linhas de luz, das quais 14 estão planejadas para a primeira etapa. Agora, impulsionado pelo PAC, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está alocando um adicional de R$ 800 milhões para impulsionar o avanço do projeto. Isso permitirá a construção de 10 novas linhas de luz.
Adicionalmente às novas estações que estão sendo planejadas, outras três serão erguidas e integradas ao complexo Orion, dentro do escopo financeiro do laboratório.