Em meio à 17ª Cúpula do BRICS, que ocorre no Rio de Janeiro, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar o tom contra o bloco econômico formado atualmente por 11 nações, entre elas Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em uma publicação feita em sua plataforma Truth Social, Trump ameaçou impor taxas extras a produtos importados de países que se alinhem ao BRICS, alegando que o grupo representa uma ameaça à economia norte-americana.
A declaração foi feita enquanto os líderes do BRICS divulgavam a declaração final do encontro, que reforça o compromisso do bloco com uma ordem internacional mais multipolar, baseada no fortalecimento da ONU e na redução da dependência de sanções unilaterais.
“Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão”, escreveu Trump.
Um dos principais pontos do documento é a defesa da Solução de Dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina — proposta que inclui a criação de um Estado palestino soberano dentro das fronteiras de 1967, o que é rejeitado por Israel. O texto também faz referência a outros conflitos, como a guerra na Ucrânia, o impasse nuclear com o Irã e crises no Líbano, Sudão, Síria e Norte da África.
A ameaça de Trump surge em um momento em que o BRICS amplia sua influência e atrai interesse de novos países emergentes que buscam alternativas ao sistema financeiro dominado por potências ocidentais e ao dólar.
Pré-candidato republicano à Casa Branca em 2024, Trump reforça o discurso protecionista que marcou seu governo, prometendo tarifas de importação mais pesadas para proteger a indústria e pressionar parceiros comerciais.
A reação de representantes do BRICS ainda não foi divulgada oficialmente, mas analistas apontam que a fala de Trump pode dar ainda mais força aos planos do bloco de criar mecanismos alternativos de comércio e cooperação, reduzindo a vulnerabilidade a pressões externas.