Uma das vítimas teve contato com área rural de Joaquim Egídio
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas confirmou nesta semana duas mortes por febre maculosa na cidade. Com isso, equipes de vigilância epidemiológica e zoonoses reforçam o alerta para que moradores redobrem a atenção em áreas de risco, especialmente parques e regiões próximas a matas e rios.
A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), muito comum em ambientes rurais, matas, beiras de rios e parques com presença de capivaras, que são hospedeiras do parasita.
De acordo com a Prefeitura, os casos confirmados ocorreram em áreas onde há circulação de capivaras e cavalos, ambientes considerados de risco. As vítimas apresentaram os sintomas clássicos, mas o diagnóstico costuma ser difícil, pois os sinais se confundem com outras doenças infecciosas.
- Sexo masculino, 63 anos, residente na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) Aeroporto. Ele apresentou os primeiros sintomas da doença em 31 de maio e a morte ocorreu em 6 de junho. Foi atendido e internado em hospital público de Campinas. O local provável de infecção é uma área de pesca em outro município de São Paulo.
- Sexo feminino, 47 anos, residente na área de abrangência do CS Jardim Guanabara. Ela apresentou início dos sintomas em 4 de junho e o óbito foi no dia 10 do mesmo mês. Foi atendida e internada em hospital privado de Campinas. O local provável de infecção foi um terreno privado na área rural no distrito de Sousas, perto do Rio Atibaia.
Entenda a doença
O que é?
A febre maculosa é uma doença infecciosa grave, causada por uma bactéria (Rickettsia rickettsii), transmitida pela picada de carrapatos infectados.
Sintomas:
- Febre alta de início súbito
- Dor de cabeça intensa
- Dores musculares
- Mal-estar
- Manchas avermelhadas na pele (exantema) após alguns dias
- Atenção: O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, preferencialmente nos primeiros 5 dias, para evitar complicações graves ou óbito.
Locais prováveis de infecção em Campinas
- A Secretaria de Saúde informou que os locais com maior risco são áreas verdes próximas a córregos, parques, fazendas e regiões onde há capivaras. Entre os pontos mais críticos estão:
- Região do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim (Parque Ecológico)
- Áreas do entorno da Lagoa do Taquaral
- Áreas rurais no distrito de Sousas e Joaquim Egídio
O que está sendo feito?
A Prefeitura intensificou:
- Capacitação de equipes de saúde para diagnóstico precoce
- Orientação de agentes comunitários em regiões com histórico de casos
- Instalação de placas de alerta em áreas de lazer e trilhas
- Campanhas educativas para moradores e visitantes sobre roupas adequadas, uso de repelentes e verificação de carrapatos no corpo após caminhadas
Como se proteger?
- Evite entrar em áreas com vegetação alta, especialmente onde há capivaras.
- Use roupas claras (para visualizar carrapatos) e calças compridas dentro da meia.
- Passe repelente específico em partes expostas do corpo.
- Após caminhadas, faça uma verificação completa do corpo — inclusive couro cabeludo, axilas e dobras de pele.
Orientação final
A Secretaria de Saúde reforça que qualquer sintoma suspeito deve ser comunicado imediatamente a um posto de saúde. O diagnóstico precoce salva vidas.
Serviço
Disque Saúde Campinas: (19) 156
Mais informações: www.campinas.sp.gov.br/saude