Antônio Aguinaldo de Oliveira comandou a Força Nacional no governo Bolsonaro e foi exonerado de cargo municipal no Ceará em meio a afastamento da esposa
Por Sandra Venancio – Foto Wilson Dias/Agencia Brasil
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) resultou no bloqueio da conta bancária de Antônio Aguinaldo de Oliveira, coronel da reserva da Polícia Militar e marido da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi revelada pela CNN Brasil nesta segunda-feira (4) e faz parte de investigações que miram o núcleo político-militar aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Oliveira ocupava até junho a chefia da Secretaria de Segurança Pública do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Sua exoneração ocorreu após um período de afastamento solicitado em maio, quando alegou razões de saúde envolvendo a esposa — a parlamentar Carla Zambelli, atualmente detida na Itália, onde responde a processo de extradição.
Durante o governo Bolsonaro, o coronel esteve à frente da Força Nacional de Segurança Pública, assumindo papel estratégico em operações federais e aproximando-se da cúpula política bolsonarista. Seu envolvimento no governo e o vínculo direto com Zambelli colocam-no no radar das investigações conduzidas pelo STF, que apura o financiamento e articulação de redes contra instituições democráticas.
O bloqueio das contas tem como objetivo impedir movimentações financeiras suspeitas e garantir o eventual ressarcimento de danos ao erário ou à ordem institucional, conforme a fundamentação da medida. A decisão ocorre em paralelo a outras ações contra militares da reserva e civis próximos ao grupo político investigado por suposta tentativa de golpe e conspiração internacional.
A defesa de Oliveira ainda não se pronunciou oficialmente. Nos bastidores, aliados de Zambelli classificam a medida como parte de uma “perseguição política”, enquanto juristas avaliam que o cerco financeiro reflete o avanço das investigações contra o entorno bolsonarista em múltiplas frentes.