Presidente brasileiro destaca importância da COP30 em Belém e critica gastos militares em meio a conflitos mundiais
Por Sandra Venancio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou de forma positiva sua participação na Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, e ressaltou como principal resultado a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de iniciar um diálogo político e econômico com o Brasil. Lula classificou o gesto como “um passo importante” para estreitar laços entre as duas maiores democracias do continente.
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Durante coletiva de imprensa, Lula afirmou que não há motivo para que Brasil e EUA mantenham atritos e destacou interesses comuns nas áreas empresarial, tecnológica, científica e digital. Segundo ele, a aproximação pode abrir espaço para cooperação em inteligência artificial, comércio e também em questões globais como a paz e a estabilidade.
O presidente brasileiro também reforçou a relevância da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém (PA). Lula afirmou que o encontro será “a COP da verdade” e defendeu que chefes de Estado ouçam diretamente os cientistas para compreender a gravidade das mudanças climáticas e a urgência de compromissos mais ambiciosos.
Além do clima, Lula voltou a cobrar uma reforma estrutural na Organização das Nações Unidas, argumentando que a instituição permanece presa a um modelo de 1945, que não reflete o mundo atual. Ele defendeu o fim do poder de veto no Conselho de Segurança e maior representatividade global
Em tom crítico, o presidente também questionou os altos investimentos internacionais em armamentos, em contraste com a persistência da fome e da desigualdade. Ele citou os conflitos na Ucrânia, em Gaza e em outras regiões, classificando-os como “anormais” e denunciando que o mundo vive hoje o maior número de guerras desde a Segunda Guerra Mundial.
Com a agenda, Lula busca projetar o Brasil como articulador de diálogo internacional, mediador de crises e liderança no debate climático, em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e pela urgência ambiental.




