Operação militar deteve 13 embarcações; Brasil confirma presença de 15 cidadãos e repudia ação
Por Sandra Venancio – Foto: FETHI BELAID / AFP
A Flotilha Global Sumud, que transportava 5.500 toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, foi alvo de uma operação militar israelense em águas internacionais do Mediterrâneo oriental. Segundo os organizadores, pelo menos 13 embarcações foram interceptadas nesta quarta-feira (1º), enquanto outras 30 seguiam viagem a cerca de 85 quilômetros da costa palestina.
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Entre os navios detidos estavam o Alma, o Adara e o Sirius, além de outras embarcações como o Aurora, o Dir Yassine e o Grande Blu. Os organizadores denunciaram a repressão como ilegal e declararam que “as interceptações israelenses não nos deterão. Continuamos nossa missão de romper o bloqueio e abrir um corredor humanitário”.
Repercussão internacional
A ação militar gerou repúdio imediato de governos, sindicatos, movimentos sociais e organizações civis em diversas partes do mundo.
Na Colômbia, o Ministério das Relações Exteriores denunciou a detenção das cidadãs Luna Barreto e Manuela Bedoya e exigiu sua libertação. O governo colombiano convocou países como Brasil, Espanha, México, África do Sul e Turquia a agir em defesa de seus nacionais.
O Brasil confirmou a presença de 15 brasileiros na expedição, responsabilizou Israel pela segurança dos tripulantes e defendeu o respeito ao direito internacional. Já a Venezuela classificou a operação como “covarde ato de pirataria” e acusou Israel de atacar “uma missão civil e pacífica”.
Vozes contra o bloqueio
Em Montevidéu, manifestantes denunciaram a interceptação como parte de um “genocídio”, após a detenção de duas cidadãs uruguaias. Capitais europeias como Roma, Berlim, Barcelona e Bruxelas também registraram protestos.
Na Turquia, o governo chamou a ação de “ato terrorista” e alertou para os impactos negativos sobre os esforços de paz. Em Ancara, manifestantes protestaram em frente à embaixada dos Estados Unidos, enquanto em Istambul centenas de pessoas saíram às ruas em solidariedade à flotilha.
Bloqueio contestado
Criada como missão civil de apoio a Gaza, a Flotilha Global Sumud reúne ativistas de dezenas de países com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel ao território palestino. Os organizadores reforçam que a ação israelense, realizada em águas internacionais, fere convenções internacionais e caracteriza crime contra a humanidade.




