Ministro do Turismo vai comunicar oficialmente sua permanência ao presidente após semanas de indefinição; partido deve julgar sua expulsão ainda nesta semana
Por Sandra Venancio – Foto Ricardo Stuckert/PR
O ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo diante do processo de expulsão aberto contra ele pelo União Brasil. A decisão será comunicada oficialmente a Lula na próxima semana, encerrando um período de incerteza sobre seu futuro político.
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A permanência de Sabino ocorre após semanas de impasse desde que a Executiva Nacional do União Brasil, em 18 de setembro, determinou a saída imediata de todos os filiados que ocupam cargos na Esplanada dos Ministérios. O ministro chegou a redigir uma carta de renúncia, mas decidiu atender a um pedido pessoal de Lula para continuar no cargo durante os preparativos da COP30, que será realizada em Belém (PA).
“Nenhum partido político, nenhum cargo e nenhuma ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do Estado do Pará”, afirmou Sabino na última quinta-feira (2), durante evento na capital paraense. “Presidente Lula, o que nós fizemos juntos no Turismo nunca será esquecido. Conte comigo, onde quer que eu esteja, para lhe apoiar e segurar a sua mão.”
Processo de expulsão
O União Brasil abriu um processo disciplinar contra Sabino por descumprimento da resolução partidária. O relator do caso, deputado Fábio Schiochet (SC), deve apresentar seu parecer na quarta-feira (8). Caso recomende a expulsão, caberá ao presidente nacional da legenda, Antonio Rueda, convocar a Executiva Nacional para deliberar.
Mesmo sob o risco de ser desligado, Sabino avalia que permanecer no ministério reforça sua visibilidade política — especialmente diante de eventos estratégicos como a COP30 e o Círio de Nazaré, no Pará, estado que pretende representar no Senado em 2026.
Cenário eleitoral no Pará
De acordo com pesquisa da Atlas/Intel, divulgada no início de setembro, o governador Helder Barbalho (MDB) lidera as intenções de voto ao Senado com 25,9%. Em segundo lugar aparece o deputado federal Éder Mauro (PL), com 17%, seguido de Paulo Rocha (PT), com 13,5%.
Celso Sabino tem 10,2%, empatado tecnicamente com Rocha e com o ex-senador Mário Couto (PL), que registra 9,2%. Também aparecem na disputa Zequinha Marinho (Podemos), com 8,3%, e o ex-governador Simão Jatene (sem partido).
Com a decisão de se manter ao lado de Lula, Sabino reforça sua posição como um dos principais nomes do governo no Norte do país — e assume o risco de romper definitivamente com o União Brasil, partido que hoje integra formalmente a base, mas mantém divisões internas sobre o apoio ao Planalto.




