Primeira fase prevê libertação de reféns, troca de prisioneiros e redução de ataques; proposta foi apresentada por Trump e tem mediação de Egito, Catar e Turquia
Israel e o Hamas anunciaram nesta quarta-feira (8) um acordo para dar início à implementação de um plano de paz na Faixa de Gaza, após mais de um ano de confrontos desde os ataques de 7 de outubro de 2023. O plano, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e mediado por Egito, Catar e Turquia, prevê uma série de medidas imediatas, incluindo a libertação de reféns, troca de prisioneiros e redução da presença militar israelense no território palestino.
Na primeira fase do acordo, o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns sequestrados em outubro de 2023 — vivos ou mortos. Em troca, Israel se compromete a libertar quase 2 mil prisioneiros palestinos, inclusive pessoas condenadas à prisão perpétua. Segundo autoridades israelenses, ainda restam 48 reféns sob poder do grupo, dos quais apenas 20 estariam vivos, conforme estimativas.
A entrega dos reféns, segundo Trump, deve ocorrer até a próxima segunda-feira (13). No entanto, o Hamas teria pedido mais tempo para localizar e entregar os corpos das vítimas que morreram sob seu poder. O grupo alega dificuldades para encontrar todos os corpos e afirma que precisa realizar buscas em áreas afetadas pelos combates.
Além da questão dos reféns, o plano prevê a diminuição dos ataques israelenses e o recuo parcial das tropas da Faixa de Gaza. Segundo a Casa Branca, as Forças de Defesa de Israel irão se reposicionar em linhas previamente acordadas com o Hamas. Informações apuradas pela GloboNews junto ao Exército israelense indicam que a área de ocupação militar em Gaza deve ser reduzida de 75% para 57% nesta primeira etapa.
Ainda como parte do acordo, a entrada de ajuda humanitária no território palestino será intensificada, com mais caminhões transportando alimentos, água e medicamentos para a população civil.
O plano de paz apresentado pelos EUA no final de setembro já previa uma retirada gradual das tropas israelenses, mas só agora, com o novo entendimento entre as partes, a proposta começou a ser colocada em prática. O chefe do Estado-Maior de Israel ordenou que as forças se preparem para todos os cenários, inclusive para a operação de retorno dos reféns.
Mesmo antes do anúncio oficial, Trump já havia pressionado Israel a reduzir a intensidade de suas ações militares em Gaza. A mídia local confirmou que as tropas receberam ordens de diminuir a ofensiva, especialmente em áreas densamente povoadas.
Até a última atualização desta reportagem, os detalhes finais do tratado ainda não haviam sido divulgados pelas autoridades envolvidas. A expectativa é que mais informações sobre a execução das próximas etapas do plano sejam anunciadas nos próximos dias.