Comentário captado acidentalmente durante fala de Netanyahu provoca ataques virtuais; Eduardo Bolsonaro e aliados de extrema direita lideram campanha contra a jornalista
Por Sandra Venancio – Foto Reproduçao Globonews
Um trecho de áudio vazado por engano na GloboNews, na tarde desta segunda-feira (13), tornou-se o mais novo combustível da militância bolsonarista contra o grupo Globo. A gravação captou a jornalista Mônica Waldvogel fazendo um aparente comentário crítico ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante transmissão ao vivo de um pronunciamento em Tel Aviv.
O canal exibia a fala de Netanyahu ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em evento que marcou o fim do massacre na Faixa de Gaza e a troca de prisioneiros. No momento, uma tradução simultânea era transmitida, quando o microfone da comentarista ficou aberto e parte de suas palavras pôde ser ouvida.
A reação nas redes sociais foi imediata. Grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a atacar Waldvogel com ofensas e acusações, resgatando a antiga narrativa de perseguição da mídia ao bolsonarismo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente fora do país, marcou perfis de autoridades norte-americanas em publicações que criticavam a jornalista — uma tática já conhecida em suas campanhas de intimidação digital.
Outros nomes da extrema direita, como o vereador Rubinho Nunes (PL-SP) e o deputado estadual Gil Diniz (PL-SP), engrossaram o coro, incentivando seguidores a promover uma onda de ataques virtuais contra a comunicadora e a emissora.
A GloboNews não se pronunciou oficialmente até o fechamento desta matéria, mas colegas de redação manifestaram apoio público à jornalista, destacando seu histórico de profissionalismo e compromisso com a informação.
O episódio reacende o embate entre o bolsonarismo e os veículos de imprensa, num momento em que as tensões políticas entre Brasil, Estados Unidos e Israel seguem em alta.