Bolsonaristas entram em guerra ao vivo: Paulo Figueiredo e Jeffrey Chiquini trocam insultos em live sobre caso Filipe Martins

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Figueiredo chamou Chiquini de “oportunista”, enquanto o advogado retrucou acusando o comentarista de “covarde. Foto Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho/Instagram

Discussão entre aliados da extrema direita expõe racha interno e transforma debate jurídico em espetáculo de ofensas públicas


Por Sandra Venancio

O campo bolsonarista viveu nesta sexta-feira (17) mais um capítulo de caos interno. O influenciador Paulo Figueiredo, foragido da Justiça brasileira e residente nos Estados Unidos, e o advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, protagonizaram um barraco transmitido ao vivo nas redes sociais. O episódio, que rapidamente viralizou, somou dezenas de milhares de visualizações e gerou uma enxurrada de memes — com a esquerda acompanhando de camarote o desentendimento entre dois antigos aliados.

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A transmissão, que começou com o propósito de “esclarecer divergências”, descambou para uma sequência de ataques pessoais, insultos e gritos. Figueiredo chamou Chiquini de “oportunista”, enquanto o advogado retrucou acusando o comentarista de “covarde” e de “fazer teatro para americano ver”. Em determinado momento, os dois trocaram xingamentos como “vagabundo” e “seja homem”, numa cena descrita por espectadores como “um ringue virtual”.

O estopim foi uma discordância sobre a autenticidade de registros migratórios norte-americanos envolvendo Filipe Martins. Chiquini sustenta que o documento que aponta uma suposta entrada do ex-assessor nos EUA, em 30 de dezembro de 2022, é resultado de “fraude deliberada” — tese que ele atribui a uma manipulação da Polícia Federal. Já Figueiredo, em lives anteriores, havia aventado a hipótese de “erro burocrático”, o que foi interpretado por Chiquini como tentativa de “minimizar o caso e blindar o STF”.

Martins, que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista de 2022, é acusado de atuar em articulações com aliados de Donald Trump após o segundo turno das eleições brasileiras. A defesa, comandada por Chiquini, diz ter mantido contatos com autoridades dos EUA, que teriam reconhecido a “anomalia” nos registros — embora nenhuma evidência concreta tenha sido apresentada.

O confronto ao vivo escancarou as divisões internas da direita bolsonarista, que hoje se fragmenta entre grupos mais ideológicos, figuras exiladas e defensores de teses conspiratórias. Enquanto isso, o processo de Filipe Martins segue normalmente no STF, sem qualquer indício de interferência estrangeira ou erro documental confirmado.

O episódio, além de alimentar o folclore das redes, reforça a percepção de que o bolsonarismo enfrenta uma crise de coesão — agora transmitida em tempo real, com direito a farpas, egos e exposição pública dos bastidores do caos.

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