Promotores do Gaeco pedem ainda perda do cargo e confisco de bens apreendidos durante operação que encontrou R$ 157 mil em dinheiro vivo
Por Sandra Venancio
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou à Justiça as alegações finais na ação contra o vereador Welington da Farmácia (MDB), ex-secretário de Planejamento de Sumaré e pai do atual vice-prefeito, André da Farmácia (MDB). No documento, o MP pede que o parlamentar seja condenado por corrupção passiva e cumpra pena em regime inicial fechado, além de perder o cargo público e os bens apreendidos durante a investigação.
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As alegações finais, protocoladas no dia 29 de outubro e obtidas pelo g1 nesta segunda-feira (3), foram elaboradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No texto, os promotores solicitam a condenação do réu por duas ocorrências de corrupção passiva, previstas no artigo 317 do Código Penal, com pena superior ao mínimo legal — de dois a 12 anos de prisão por cada caso.

De acordo com as investigações, Welington da Farmácia teria exigido apartamentos de construtoras em troca da liberação de alvarás para obras na cidade. Os fatos teriam ocorrido entre 2018 e 2019, quando ele chefiava a Secretaria Municipal de Planejamento.
O caso foi alvo de duas frentes de apuração: uma conduzida pela Promotoria de Justiça de Sumaré e outra pelo Gaeco de Campinas, que acabou concentrando o inquérito. Durante a operação, a Justiça autorizou quatro mandados de busca e apreensão, incluindo dois na Prefeitura — nas secretarias de Planejamento e Obras —, além de diligências na residência e na farmácia do investigado.
Em sua casa e no estabelecimento comercial, os agentes do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) encontraram R$ 157 mil em espécie — sendo R$ 95 mil guardados na residência e o restante na farmácia. Segundo o MP, o então secretário tentou esconder pacotes de dinheiro em mochilas de crianças no momento da abordagem policial.
Foram também apreendidos documentos, notebooks e pen drives. O Ministério Público pede que esses itens sejam confiscados definitivamente como parte das sanções.
Welington da Farmácia foi eleito vereador em 2024, com 2.249 votos, e atualmente preside o diretório municipal do MDB.
O advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, que representa o parlamentar, afirmou ao g1 que a defesa só se manifestará nos autos do processo, ocasião em que demonstrará “a sequência de ilegalidades cometidas desde o nascimento dessas investigações”.
A Justiça deu prazo de cinco dias para que a defesa apresente suas alegações finais antes da sentença.




