x-presidente busca alinhar estratégias políticas e eleitorais com aliados enquanto aguarda decisão final do STF
Por Sandra Venancio
A movimentação apressada de Jair Bolsonaro (PL) para se reunir “na data mais breve possível” com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (PL-RJ) tem uma razão clara, segundo aliados próximos: o medo de que o ex-presidente seja transferido para o regime fechado nos próximos dias.
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Com informações do Estado de Minas, a defesa de Bolsonaro pediu entre terça (11) e quarta-feira (12) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para que ele receba os dois governadores enquanto ainda cumpre prisão domiciliar em Brasília.

A pressa se deve ao fato de que o STF deve concluir nesta sexta-feira (14) o julgamento do recurso contra sua condenação por tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma da Corte já formou unanimidade pela rejeição do recurso, o que torna iminente o início do cumprimento da pena em regime fechado.
Segundo fontes do PL, Bolsonaro quer aproveitar os últimos dias de liberdade relativa para costurar articulações eleitorais com seus principais aliados regionais. Com Tarcísio, o objetivo seria discutir 2026 e consolidar o governador paulista como o nome da direita para a disputa presidencial, caso Bolsonaro permaneça inelegível.
No Rio, o ex-presidente busca alinhamento com Cláudio Castro, que voltou a ser cotado para disputar o Senado em 2026 após a megaoperação policial que deixou 121 mortos no Complexo do Alemão e da Penha. A outra vaga da chapa bolsonarista deve ficar com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que pode gerar disputas internas.
Outro tema que deve entrar na pauta das conversas é o Projeto de Lei Antifacção, relatado pelo deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP). A proposta, que tem enfrentado críticas dentro e fora do Congresso, é vista por Bolsonaro como uma forma de reaproximar sua base de segurança pública e reforçar o discurso de “lei e ordem” — mesmo em meio ao agravamento de suas pendências judiciais.
O encontro, se autorizado, poderá ser o último movimento político presencial de Bolsonaro antes de uma eventual transferência para o Complexo da Papuda, em Brasília.




