Autorização judicial impõe isolamento, escolta permanente e restrições rígidas durante internação em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi transferido nesta quarta-feira (24) para o hospital DF Star, em Brasília, após autorização do ministro Alexandre de Moraes para deixar a sede da Polícia Federal, onde está preso. A saída ocorreu pela garagem, em operação discreta, 32 dias depois da prisão preventiva que evoluiu para o cumprimento de pena definitiva. A internação tem como objetivo a realização de uma cirurgia eletiva de hérnia inguinal bilateral, marcada para o dia 25, Natal. A previsão é que ex-presidente permaneça internado para acompanhamento após o procedimento por cerca de cinco a sete dias, de acordo com a equipe médica.
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Bolsonaro, de 70 anos, chegou ao hospital por volta das 9h30 e iniciou os procedimentos pré-operatórios, incluindo exames laboratoriais e monitoramento cardíaco para avaliação do risco cirúrgico. Esta será a oitava intervenção cirúrgica do ex-presidente desde que deixou o Palácio do Planalto. Ele ficará internado em área isolada, sem contato com outros pacientes, sob vigilância contínua da Polícia Federal.

A decisão judicial estabeleceu um protocolo de segurança incomum para internação hospitalar. Pelo menos dois agentes federais permanecem de forma permanente na porta do quarto, com equipes adicionais distribuídas dentro e fora do hospital, em regime de fiscalização 24 horas. O acesso ao quarto foi restringido, com proibição de entrada de celulares e computadores, salvo equipamentos médicos indispensáveis ao tratamento.
Bolsonaro está acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os filhos Flávio e Carlos solicitaram autorização para atuar como acompanhantes, mas o pedido foi negado. Eventuais visitas dependerão de autorização prévia do ministro responsável pelo caso, reforçando o controle judicial sobre qualquer deslocamento ou interação do ex-presidente fora do sistema prisional.
A transferência ocorre em meio a um contexto de endurecimento das medidas impostas a Bolsonaro, após o episódio que motivou sua prisão: a tentativa de violar as condições de monitoramento eletrônico. A escolha do Natal para a cirurgia, embora classificada como eletiva, foi validada por laudos médicos encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, que considerou a necessidade do procedimento e o risco de adiamento.




