Policiais de onze estados estão em São Paulo, desde segunda-feira (16), para aprenderem sobre policiamento comunitário com profissionais do Japão e da Polícia Militar do estado (PMSP). O curso é organizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), pelo Ministério da Justiça, pela Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jiica), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a PMSP.
Até o dia 27 de agosto, os 40 participantes do Curso Internacional de Polícia Comunitária irão conhecer o sistema de bases comunitárias Koban (Japão) e o trabalho já desenvolvido pela polícia paulista – pioneira no intercâmbio de conhecimento com os japoneses.
Participam das aulas policiais do Acre, Pará, Alagoas, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Este será a última edição do curso em 2010, mas outras três edições já estão previstas para o próximo ano.
Com essa iniciativa, a Senasp espera capacitar agentes de segurança (oficiais, tenentes e capitães) de 11 estados para difundir e replicar essa filosofia de trabalho, principalmente nas regiões atendidas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
A indução dessa política já apresenta os primeiros resultados. Há oficiais treinados nesse curso que comandam Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) no Rio de Janeiro, Bases Comunitárias no Pará, coordenam trabalhos em Minas Gerais e reestruturam a Policia Interativa no Espírito Santo. No Distrito Federal também estão implementando o que aprenderam nos Postos Comunitários de Segurança.
Experiência do Japão
O Japão acumula experiência de 130 anos em policiamento comunitário. As atividades são realizadas por meio de postos policiais menores (Kobans) e maiores (Chuzaisho). Em 2002, existiam 6,5 mil kobans e 8,1 mil chuzaishos com 8,4 mil policiais (40% da força policial do país atuando principalmente, na prevenção.
Curso
O curso funcionará na Academia de Polícia Militar do Barro Branco – APMBB, Zona Norte de São Paulo, e tem programado várias visitas às bases comunitárias de segurança do Estado. Os participantes já deveram possuir o curso nacional de multiplicador de Polícia Comunitária ou o no mínimo o Curso Nacional de Promotor de Polícia Comunitária para participarem desse curso o qual consideram-se uma pequena especialização no tema.
Os estados, ao acordarem com a Senasp para participarem do projeto, se comprometeram a criar coordenações de Polícia Comunitária nas estruturas da SSP ou da Polícia Militar visando à implementação ou ampliação de suas ações de Polícia Comunitária, ou seja, ações em prevenção primária da violência.
Esse mesmo curso já capacitou cerca de 280 oficiais em sete edições já realizados (2 em 2008, 3 em 2009 e 2 em 2010).
Também pelo acordo, já receberam treinamento no Japão dois oficiais de cada estado envolvido no Projeto. “A complementação do curso é muito importante para o aprimoramento dos conhecimentos e futura difusão desses nos estados de origem. Com essa parceria houve grande aproximação dos policiais dos diversos estados envolvidos que trocam experiências”, explicou o coordenador de Polícia Comunitária da Senasp, Cristiano Guedes.
Também participaram das capacitações policiais de países da América Central como Guatemala, Costa Rica, Honduras e El Salvador. Um outro acordo permitirá que o treinamento seja feito nos próprios países.
Serviço:
Academia de Polícia Militar do Barro Branco – APMBB
Av. Água Fria, 1.923 no bairro da Água Fria, Zona Norte de São Paulo.
Telefone: (11) 6997-7000 / 7039