A Associação Atlética Ponte Preta fez um boletim de ocorrência na manhã desta quarta-feira contra o grupo de vândalos que emboscou e apedrejou o ônibus da delegação alvinegra no final da noite de ontem, após o empate de 2 a 2 com o Vila Nova. A Polícia já abriu inquérito e os agressores – entre os quais já há identificados – responderão a processo por crime de ameaça e dano, além de serem enquadrados no Estatuto do Torcedor por promover tumulto, ameaça e dano a patrimônio.
“A Ponte Preta entende que essas pessoas não são torcedores e sim vândalos que devem ser tratados como tal. Nossa torcida tem todo o direito de estar triste e protestar contra o time quando ele não corresponde às expectativas dela, mas apedrejar um ônibus e ameaçar pessoas não é um ato de protesto e sim um crime que tem de ser punido. Por isso, esses agressores responderão à Justiça”, diz o diretor jurídico Tagino Alves Santos.
A emboscada que gerou a agressão aconteceu após o jogo, quando a delegação retornava ao hotel onde se concentra, no bairro Alphaville. Um homem entrou na frente do ônibus com dois objetos na mão, forçando o veículo a parar para não atropelá-lo e, ato contínuo, dirigiu-se até os vidros frontais do veículo e cravou os objetos neles. Simultaneamente, enquanto os seguranças tentavam dominar o agressor, outros – eram cerca de dez ao todo – começaram a apedrejar o ônibus.
“Fizemos o Boletim de Ocorrência e já foram tomados todos os testemunhos. Além da queixa da Ponte Preta, o grupo também responderá a processo por crime que será impetrado pela empresa de ônibus e por ameaça de morte a pelo menos um dos profissionais que fazia a segurança”, diz o advogado pontepretano Antonio Gulhota. Ele conta que o ônibus está passando por perícia. Há agressores identificados, mas os nomes são mantidos em sigilo pela polícia.
Gulhota destaca que, além de responderem a processo que pode gerar pena de prisão, os identificados serão punidos por meio do Estatuto do Torcedor. “A delegacia enviará um termo Circunstanciado ao fórum, que notificará o Ministério Público para que essas providências sejam tomadas. Entre outras coisas, o estatuto prevê que esses cidadãos podem ser banidos em definitivo dos jogos, ou seja, não poderão freqüentar mais estádios de futebol em virtude de seus crimes”, diz.