O Clube Semanal de Cultura Artística de Campinas será o primeiro do município a contar com uma estação de tratamento de esgoto que permitirá a devolução da água para a natureza e sua reutilização nas atividades do próprio clube. O projeto, já em fase de implantação, faz parte do programa de responsabilidade ambiental do clube que já implementou outras ações para preservação do meio ambiente, como o reaproveitamento do entulho de material de construção nas obras realizadas em suas dependências.
O sistema para o tratamento do esgoto será feito por meio de um processo biológico que permite degradar óleos, gorduras e carboidratos. Para isso serão utilizadas as bactérias denominadas pseudomonas sp – microorganismos que cumprem a função de degradar poluentes, conceito conhecido como biorremediação e que são produzidas em laboratório. O projeto está sendo desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Ludwig Kaoehler.
Segundo o engenheiro, o Clube Semanal de cultura Artística possui um conjunto de 16 fossas para coleta do esgoto e que estarão interligadas para que os resíduos sejam carreados para a estação de tratamento. Em razão da topografia do terreno do clube, não será necessária a instalação de bombas, o que encareceria o projeto. O investimento do clube para implantar a estação ficará em torno de R$ 15mil.
O meio biodegradável é considerado benéfico, principalmente para o meio ambiente, já que não serão utilizadas substâncias químicas. Os microorganismos têm a função de quebrar a cadeia de óleos graxos e outros componentes orgânicos do esgoto, além de eliminar o mau cheiro das fossas. Com isso, a água já tratada, acumulada no reservatório da estação, poderá ser utilizada em várias atividades do clube.
Segundo o presidente do Clube Semanal de Cultura Artística, o arquiteto Ronald Tanimoto, o Cultura será o primeiro clube a devolver o esgoto em forma de água tratada, para reutilização na rega de jardins e limpeza de suas dependências, gerando inclusive um impacto significativo na diminuição do consumo de água. Além disso, a água proveniente da estação também poderá ser usada para molhar as quadras de saibro (tênis) do clube, tarefa que é feita diariamente e que gera um gasto significativo de água.
A iniciativa do clube também vai gerar economia para o clube, uma vez que para a remoção de 84 metros cúbicos de esgoto, que era retirado mensalmente por meio de caminhões contratados, o clube gastava R$ 3.200,00. Com o reaproveitamento da água tratada, também haverá uma redução significativa na conta de água que hoje representa um gasto de R$ 4mil.
Preservação ambiental
A estação de tratamento de esgoto é apenas uma parte do projeto de responsabilidade ambiental desenvolvido pela diretoria do clube Cultura, a partir de 2005. Outra iniciativa, nesse sentido, é o reaproveitamento de todo o material possível resultante de obras internas de reforma e ampliação. Segundo o presidente do clube, menos de 30% do entulho de obras de reforma são descartados. Portas, azulejos, pisos, material elétrico e hidráulico são reaproveitados em novas obras do clube. “Conseguimos aproveitar até 70% do material de acabamento”, afirma Ronald, a exemplo das pedras de mármore que serviam de divisória para a sauna e foram transformadas em pias. Os bancos do ginásio do clube também foram confeccionados com sobras de materiais de construção.
A reutilização das peças de acabamento em novas obras também resulta na redução do custo dos projetos. Já o entulho – restos de material básico – das obras de demolição também tem aproveitamento e é usado para o aterro de correção de terreno dentro da própria sede de campo do clube. De acordo com o arquiteto Ronald Tanimoto, o reaproveitamento do material de construção usado chega a 70%. Isso também contribui significativamente para a diminuição do volume de entulho.




