O Conselho da Região Metropolitana de Campinas (CDRMC) se reúne às 9 horas desta terça (23), em Pedreira e, na pauta, está a apreciação do Plano Operação Verão – Plano de Contingência com Vistas às Inundações e aos Escorregamentos de Encostas na Região Metropolitana de Campinas. “O Conselho se empenhou muito para que a RMC pudesse desenvolver uma ação conjunta evitando catástrofes decorrentes das fortes chuvas, como as que infelizmente já testemunhamos na região. O que apreciaremos nesta terça é uma solução importantíssima para salvarmos vidas, desenvolvida com todo apoio e expertise da Defesa civil de Campinas”, destaca o vice-prefeito campineiro Demétrio Vilagra, que representa o município no CDRMC.
O Plano Operação Verão foi desenvolvido pelos membros da Câmara Temática criada na RMC e coordenada pelo diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidney Furtado. “A participação de nossa Defesa Civil foi fundamental, pois com o apoio da Prefeitura de Campinas ela ofertou um curso de capacitação básica a 14 municípios da RMC. Além disso, os modelos de ação apresentados pela Defesa de campinas serviram de base para elaboração do plano”, completa.
Sidney Furtado ressalta que o plano Operação Verão está inserido dentro de um plano estadual e entrará em ação em caráter experimental. “Isso só será possível graças a uma conquista importante conquistada pela ação da Câmara Temática do CDRM, que possibilitou que todas as cidades da região agora tenham medidores pluviômetros, doados pelo IAC, além de senha para utilização das medições da Defesa Civil e da Unesp, para acesso aos radares de Bauru e Presidente Prudente. Com isso, todos poderão se precaver com antecedência maior em relação ao clima”, diz.
Furtado destaca que o plano também prevê a padronização de ações e classificação do estado de cada cidade em virtude das chuvas (observação, atenção, alera e alerta máximo). “Com isso, todas as cidades hoje têm como medir as chuvas e agir da mesma forma. Assim, quando houver chuvas mais intensas e o índice acumulado for superior a 80 milimetros, as cidades da RMC terão como saber disso e que neste estado o solo bastante saturado, o que provoca desabamentos, queda de muros, etc. Ou seja, as cidades terão os parâmetros para retirar família de área de risco e se antecipar a conseqüências ruins”, diz.
Ele exemplifica que, em Campinas, graças a esta detecção e parâmetros foi possível salvar muitas vidas. “De dezembro de 2009 a março de 2010, retiramos 280 famílias de casas que poderiam cair e tiveram que ser demolidas preventivamente.”
Furtado acrescenta que o Plano Verão também uma criou ficha padrão de identificação de abrigos em todas as cidades, até então inexistente. “Com isso hoje já sabemos para onde levar eventuais vítimas e, mais ainda, são locais que seguem ao padrão da carta humanitária, que a Europa já utiliza, e determina número de vagas por local, quantos sanitários, enfim, estabelece indicadores necessário. É um grande avanço”, diz.
Furtado finaliza dizendo que o Plano deve fortalecer a proposta de criação da estrutura de um Grupo de Apoio à Desastre (Força Tarefa Metropolitana), que deverá ser apresentada em dezembro.