Após seis meses o problema continua crescendo e a Lagoa da Fazenda Santana segue desaparecendo
Desde setembro de 2008, o Jornal Local vem denunciando o assoreamento da lagoa na Fazenda Santana. Após as denúncias, foi publicado no dia 21 de setembro de 2008, no jornal Correio Popular que a prefeitura, representada por Adilson Cláudio Barros, chefe da fiscalização do Departamento de Meio Ambiente, esteve no local e confirmou o dano ambiental. Alegou ainda que iria acionar os órgãos responsáveis para tentar solucionar a questão. Seis meses depois, o problema se agrava cada vez mais.
A Fazenda Santana é uma área de preservação ambiental que está sofrendo um processo contínuo de degradação ambiental devido ao adensamento urbano desordenado.
As lagoas e cursos de água estão secando devido ao assoreamento, comprometendo a mata nativa e a fauna existente no local.
De acordo com informações do administrador da Fazenda Santana, Nelson Oliveira, há cinco anos tinha quatro metros de profundidade em sua parte mais funda, hoje tem meio palmo.
O comerciante Vlademir Salgado é o responsável pelas denúncias “Eu nasci e me criei aqui. É revoltante ver tudo isto destruído dessa maneira”.
Segundo a presidente do Congeapa (Conselho Geral da Apa), Giselda Person, já foi feito um plano para realização de sete bacias de contenção na Fazenda Santana. O plano foi encaminhado para a Prefeitura de Campinas. “Enquanto a Prefeitura não liberar os dados que precisamos para trabalhar, estamos de mãos atadas”, lamenta Giselda.
Além disso, a Congeapa tem um plano de ocupação da Fazenda para desassorear os ribeirões nascentes.
A nossa reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente de Campinas e até o fechamento da edição não houve nenhum retorno. Para Giselda, a morosidade da prefeitura em liberar as informações necessárias para se procurar os proprietários dos arredores da fazenda prejudica o salvamento das lagoas assoreadas.
Acredita-se que grande parcela de culpa pelo assoreamento vem da construção de empreendimentos imobiliários no terreno vizinho ao da Fazenda Santana. São três condomínios residenciais que estão sendo construídos pela construtora PRATEC. Tentamos entrar em contato com os diretores da construtora, via telefone e via e-mail, e até o fechamento da edição não recebemos uma resposta.
A proprietária da Fazenda Santana é a senhora May Teixeira de Camargo Dália, 85. A Fazenda é uma propriedade particular que pertenceu ao avô de May, Lupércio Teixeira de Camargo. São no total 20 alqueires.
Quando o assoreamento teve início, há aproximadamente quatro anos, os proprietários da Fazenda fizeram uma obra de desassoreamento, na qual gastaram 180 mil reais para limpar a lagoa que fica em frente a sede.
Porém, os proprietários fizeram a obra sem pedir autorização na Prefeitura de Campinas e foram autuados no valor de R$ 1500, 00.
“Eu sou a única prejudicada com toda essa história e quero que tragam o lago de volta”, pede Dona May.
O local é particular e a Lagoa em questão pertence à Fazenda Santana. Os proprietários fazem ainda uso fruto da lagoa, que em inventário consta como uma doação póstuma para a Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O empresário Antonio Carlos Gídaro, em setembro de 2008, entrou com um processo junto ao Ministério Público para delatar a questão. Entre os dias 28 de fevereiro e 1 de março de 2009, o vereador e Presidente da Comissão Especial de Estudos sobre o Meio Ambiente Cirilo, colheu aproximadamente 800 assinaturas. O objetivo da manifestação é anexar o abaixo-assinado junto ao processo para agilizar a regularização da questão.
Juliana Furtado