
Após o anúncio da Secretaria Estadual da Educação sobre a reorganização escolar – com o objetivo de ampliar o número de escolas com único ciclo -, as unidades EE Francisco Barreto Leme, em Joaquim Egídio, e o EE Dr. Tomás Alves, em Sousas, não sofrerão qualquer alteração, segundo o governo do Estado. O projeto tem causado polêmica e divergência de opiniões nos distritos.
De um lado, em alguns casos, escolas são fechadas para realocação de serviços públicos. Do outro, o Estado diz que a medida favorece a gestão das unidades e possibilita a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e fase de aprendizado dos alunos.
No Estado, a exemplo de Sousas e Joaquim Egídio, nem todas as unidades de ensino passarão pela reorganização. Há escolas com mais de um ciclo que ainda funcionarão por causa de diferenças demográficas e necessidades de cada unidade para diversas faixas etárias.
A escola Francisco Barreto Leme não será reorganizada para 2016 e segundo a diretora, Sandra Ribeiro, a mudança seria positiva, uma vez que ajudaria na adequação das necessidades específicas de cada faixa etária, elevando a qualidade de ensino e melhorando o próprio ambiente escolar, com mais classes de mesmo ciclo.
“Os principais pontos da reorganização são: escola de ciclo único, focada na adoção de estratégias pedagógicas e no aprendizado dos alunos; concentração do docente em uma única escola, favorecendo maior integração com a comunidade estabelecendo laços de pertencimento; cursos de capacitação e atualização da equipe escolar no próprio local de trabalho e adequação da estrutura física”, afirmou Sandra.
“Na minha opinião deveria ocorrer a reorganização no âmbito dos dois distritos, visto que hoje 60% de nossa clientela são oriundas de Sousas, isto demonstra que há proximidade entre os distritos e o deslocamento não é problema’, concluiu a diretora do Francisco Barreto Leme.
Já a professora coordenadora da escola Tomás Alves, Valéria Bueno, explicou que a unidade não está no projeto de reorganização pelo fato de ser a única escola de três segmentos em Sousas.
“Mudanças sempre geram transtornos, pois as pessoas se acomodam e acham tudo lindo. Ocorre que com verbas direcionadas as coisas funcionam melhor… Você gostaria de ter seu filho de sete anos usando o mesmo banheiro de um menino de 15 anos do Ensino Médio? Então, o governo acredita que com segmentos separados a escola ganha em segurança, em ensino adequado, planejamento de professores direcionados”, explicou.
Para o estudante do 3° ano do Ensino Médio da unidade de Sousas, Gregory William, de 20 anos, a reorganização geraria incômodo a ele e a colegas.
“Iria atrapalhar a gente e vai atrapalhar quem estuda onde haverá a mudança e mora longe. Do condomínio onde moro, por exemplo, ficaria muito distante ir para outra escola e o transporte público não é bom. Quando chove ele não passa”, comentou o aluno, contrário ao projeto governista. “O governo deveria investir nas escolas já existentes. Em qualquer lugar quem realmente quer aprender busca e corre atrás”, falou.
A Secretaria Estadual da Educação alegou que não haverá mudança em Sousas e Joaquim Egídio por haver uma única opção de escola em cada distrito.
Protesto
Em Campinas, cinco escolas estão ocupadas por alunos em protesto às medidas anunciadas no final de outubro. Revolta e criticas a decisão do Estado marcam os atos estudantis na cidade.
Na RMC (Região Metropolitana de Campinas), 55 unidades terão ciclo único a partir de fevereiro do ano que vem.




