
A Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) informou que já está na fase de conclusão do edital de concessão para a empresa que ficará responsável pela execução da Zona Azul, em Campinas. Pelo projeto da Prefeitura, aprovado pela Câmara, até 10 mil vagas de estacionamento rotativo e tarifado serão abertas nos próximos anos. Apenas em Sousas, 110 vagas estão previstas, % do total.
A empresa terá de planejar e abrir 7 mil vagas até 2018. Atualmente, a Zona Azul conta com 1,9 mil vagas no Centro e Guanabara. A meta da empresa será chegar aos bairros Ponte Preta, Vila Industrial, Botafogo, Aurélia e Nova Campinas, Cidade Universitária, Barão Geraldo, Sousas, entre outras localidades. O funcionamento do sistema será com o uso de parquímetros.
A expectativa é que o edital seja publicado em breve. Pelas regras, a empresa vencedora terá de arcar com uma autorização fixa pela concessão de mais de R$ 3 milhões, além de percentual a cada mês da receita líquida. Aquele que propor o maior percentual fatura o leilão.
Conforme a Emdec, a licitação prevê a terceirização, ampliação e modernização do sistema de Zona Azul na cidade. O objetivo é aumentar a abrangência e o número de vagas nas vias, promovendo a “democratização dos espaços”.
Estudo realizado pela Emdec em 2015 aponta que apenas 25% das 1,9 mil atuais vagas de Zona Azul são utilizadas de maneira correta pelos motoristas, sem fraudes.
A concessão do sistema prevê a criação de até 10 mil vagas, devendo atingir 8 mil vagas em até três anos. “A fiscalização continuará sendo atribuição da Emdec, como gestora do trânsito na cidade. A instalação de parquímetros tem o objetivo de auxiliar e modernizar o processo”, informou a empresa.
Cartão
As vagas novatas serão abertas em vias comerciais e os moradores desses locais receberão uma espécie de “cartão morador”, que concederá um tempo limite para o uso da vaga.
Divergência
O tema tem causado divisão entre moradores e comerciantes de Sousas. Enquanto uns acham errado a cobrança pelo estacionamento, outros acreditam em melhorias para o comércio local.
Para o jornaleiro Phillipe Carvalho, de 24 anos, a ideia é “boa, mas não cabe para Sousas”. “Aqui tem pouco espaço. Desse jeito (a Zona Azul) vai pegar todas as vagas disponíveis hoje”, opinou. O entregador Eliezer Muniz, 47, disse que “toda forma de cobrança é ruim e não é fácil”.
Já o comerciante Juan Pedro, 42, acredita em benefício à categoria. “Sou favorável porque posso dar desconto aos meus clientes e vai desocupar muitas vagas de pessoas que deixam o carro o dia todo parado. Vai ter mais vagas desocupadas e vai ser benéfico para o comércio”, falou.
O taxista Roberto Fernandes, 45, também se diz favorável à medida porque vai “organizar melhor o estacionamento”. “Aí os comerciantes e seus funcionários param de vir trabalhar de carro”.
Licitação
Depois de apontamentos de irregularidades feitos pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) e MPE (Ministério Público Estadual), a Emdec anulou a licitação para a expansão da Zona Azul ano passado.
Houve erros na lei complementar que trata sobre a implantação, operação, manutenção, conservação, fiscalização e gestão das infraestruturas de mobilidade urbana.
A abertura das propostas das interessadas à condição de permissionárias chegou a ser marcada para 12 de janeiro, mas foi congelada pelo TCE após uma solicitação de análise do edital por parte das empresas, alegando falta de informações no edital.