Por Caroline Nunes
Perfil de Mario Garnero
Com um network de mais de 13 mil nomes, Mario Garnero é um dos brasileiros mais bem relacionados no mundo dos negócios e política no Brasil e no exterior. Muito simpático e bem relacionado, conhece personalidade mundo afora, fez e continua fazendo diferença nos relacionamentos no Brasil e entre o mundo, com grandes negócios e muitos benefícios gerados. Garnero contou ao Jornal Local um pouco de seu envolvimento com Sousas e Campinas.
Na sua lista de bons contatos, Garnero trouxe para o Brasil o primeiro computador, colocou no mercado o primeiro celular. E na presidência da Associação dos Fabricantes de Automóveis (ANFAVEA) foi um dos responsáveis pelo lançamento do primeiro carro a álcool.
Envolvimento com os projetos de Sousas
Minha história com Sousas começa há muito tempo atrás, meu filho Álvaro, tinha asma, acho que isso ninguém aproveitou ainda, Sousas como um centro de terapia da asma. Um médico me disse que eu precisa arrumar um lugar fora de São Paulo, pois a cidade já estava muito poluída, e eu comecei a procurar. Como sou natural de Campinas, procurei alguma coisa aqui e encontrei um pedacinho de terra em Sousas. Trouxe o Álvaro um final de semana e decidi virar sousense, em três meses ele estava curado. Já conhecia a região, minha família toda é de Campinas, meu pai foi diretor do Instituo Ciência e Cultura, trouxe cultura para a cidade.
Comecei a vir com mais freqüência para Sousas e acabei me envolvendo, comprei algumas áreas, fiz amizades e criamos o San Conrado.
Na época, Sousas, não tinha nenhuma referência habitacional, havia apenas um núcleo residencial popular que o Quércia construiu atrás do Le Trouquet quando era prefeito.
Não existia nada na área do San Conrado, a estrada era municipal e havia pouca movimentação, as pessoas usavam apenas para ir à Pedreira ou às fazendas e sítios. O San Conrado era um projeto enorme, com 1700 lotes, ninguém acreditava, todos achavam que era loucura. Fizemos o acesso integral e trouxemos a pavimentação para estrada, mas tivemos dificuldades de deixá-la maior.
Onde é o Tênis Clube era uma fazenda do pai de grande arquiteto brasileiro, Fábio Penteado, que foi doada e tudo aquilo que vimos virou um lugar de bom nível.
Esse foi meu primeiro envolvimento. Eu e minha família vamos e voltamos para São Paulo, meus filhos gostam muito daqui e nós ficamos vinculados, voltamos um pouco a origem campineira e sousense. (risos)
Sousas no futuro
Eu acho que Sousas e Joaquim Egídio hoje viraram centros gastronômicos, centro de atrações, evidentemente eu acho que uma parte histórica será preservada. Joaquim Egidio que é um centro muito importante como Campos do Jordão, causado por esse desenvolvimento turístico.
O plano urbanísticos, como os acessos a San Conrado hoje existe no mínimo uma população de no mínimo 6 mil 7 pessoas fixas, que estão tendo um acesso muito ruim pela avenida Mario Garnero, alguns horários você entra numa fila na estrada muito extensa. Acho que há necessidade de serem feitas outras vias de acesso para atender essa população. Quando nos fizemos o San Conrado era única a estrada de acesso e asfaltamos tudo aquilo, já fizemos uma estrada grande, monumental, mas hoje certamente não tem como mexer, a estrada guardou um “que” de romântica.
Sousas é uma área privilegiada, a tendência é existir universidades, colégios e acontecer como em Alphaville, pois ela ta muito independente de Campinas. Aqueles que moram aqui tem distâncias consideráveis, seja na aparte de colégio ou comercio. Sousas tem condições de um crescimento ordenado e que permita aqueles que moram aqui desfrutarem do local sem ser tão dependente de Campinas.
Não acho que a emancipação possa ser uma solução em si, acho que o nosso voto aqui pesa para uma eleição para prefeito e consegue negociar bem os interesses do distrito e da cidade.
Campinas como cidade exemplo
Esse trabalho que Campinas de chegar praticamente ao final desse ano com 100% do tratamento de esgoto e seus redutos, é absolutamente inédito, será a primeira cidade no Brasil, isso deveria ser um exemplo nacional.
A qualidade do Rio Atibaia e a desqualificação que fizeram dos rios brasileiros, a falta de atenção que os governantes tiveram no tratamento de água e de esgoto está se refletindo hoje numa situação difícil, porque as obras de infra estrutura estão sendo necessárias e o dinheiro não sobrou para todos.
O governo em São Paulo está fazendo um plano para a cidade, mas deve se pensar em tratar nacionalmente as águas. Esse seja talvez um problema ainda maior que a própria preservação da Amazônia, porque a Amazônia esta ligada à ampliação de instrumentos econômicos, que permitam que aquela população, de 28 milhões de pessoas, possa viver economicamente produtiva.
O Brasil tem hoje aproximadamente 17% da água mundial, em outros países a água é muito mais cara que o barril de petróleo!
Campinas é um dos pólos que estão dando certo, muito bem conduzido e a própria qualidade de vida que a cidade tem em relação a outras cidades, um clima extraordinário, localização estratégica e melhorou muito a questão da segurança, quando tivemos uma fase muito difícil da época da morte to Toninho. Campinas é como São Paulo um centro de compras que atraem turistas que vão a cidade e passam o dia e retornam.
O centro de Campinas junto com a Petrobras, a Casa dos Azulejos os poucos está sendo refeita e o Helio esta aproveitando essa parceria com o Lula, apesar do Serra ter dado uma mão, esta muito bem feito. Ficou interessante essa união, porque aqui sempre houve bipolarização de partidos.
As urbanizações das favelas com o centro histórico podem ser vistas nas cidades européias, como por exemplo, em Lisboa e França. Aquelas pequenas casas, deixaram de ser favelas depois de um tratamento e urbanização.
No Rio de janeiro, Sergio Cabral esta incorporando e transformando as favelas com as partes urbanas, como no Parque do Alemão. Em Campinas temos o Parque Oziel, o Helio disse vou fazer a mesma coisa.
No Brasil nos estamos evoluindo para poder fazer uma boa urbanização, no futuro essas favelas virarão parte da história e com condições efetivas de habitação iguais as cidades européias.
No centro de São Paulo tem espaços vazios, com água e esgoto para mais de 2 milhões de pessoas viverem sem fazer nada, mas as cidades acabam expandindo para outras áreas. Campinas tem um papel relevante sob o ponto de vista de desenvolvimento e nos pretendemos continuar investindo por aqui, olhando por aqui.
Aeroporto Internacional de Viracopos
Havia um impasse muito grande para a manutenção da área de ampliação de Viracopos, o governador na época, Mário Covas, estava brigando com o ministro da aeronáutica que era o Braunio, porque a aeronáutica não estava pagando para o estado a taxa de embarque aeroportuária. Por outro lado a aeronáutica queria ampliar Viracopos, já tinha esse projeto grande de 30 milhões de passageiros, mas estava parado.
Nós estávamos fazendo um empreendimento em São Paulo e ai eu fui falar com o Mario Covas, eu não tinha nada a ver com o negocio de Viracopos. Perguntei ao Mario sobre ao aeroporto e ele disse que não ia fazer nada, porque a aeronáutica não estava pagando pelo uso. O Covas não gostava muito dos militares e vice e versa. E com isso havia um projeto de Viracopos com prazo limite para que o decreto de utilidade pública fosse renovado, se não caducava e o aeroporto não poderia ser expandido.
Eu fui à Brasília tratar de negócios e aproveitei para com o ministro ele perguntou como estava Viracopos e me mostrou um projeto enorme, que é o que está hoje. O que é importantíssimo para toda região e pro MERCOSUL também.
Ele me disse que abandonaria o projeto e eu já sabia o por quê. Sugeri para que fizéssemos um encontro de contas, liguei para o Mario e propus para fazer um acordo de contas e resolver as questões sobre Viracopos. O Nakama, que era secretário da fazenda resolveu em 10 dias. E Viracopos começou a tomar forma.
Trouxe o presidente da Infraero aqui pra visitar o Chico Amaral, naquela ocasião e as coisas começaram a andar. O prefeito Hélio deu um grande impulso com Viracopos, esta fazendo um trabalho muito bom.
Naquela ocasião ainda, não e tinha essa solução inteligente de fazer a pista da maneira como foi feita, que não atrapalha aquele núcleo residencial. A pista era feita numa direção que exigiria uma desapropriação importante daquele núcleo, depois eles descobriram o ovo de Colombo e fizeram do outro lado e resolveram o problema.