Formada por mais de 60 lideranças ambientais, partiu do Equador e cruzou fronteiras até o Pará para entregar reivindicações sobre preservação da Amazônia e direitos dos povos originários
Mais de sessenta lideranças e ativistas ambientais concluíram nesta segunda-feira (10) uma jornada fluvial de 25 dias até Belém, onde será realizada a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A iniciativa, batizada de Flotilha Yaku Mama, foi organizada por entidades indígenas da Amazônia, entre elas a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e percorreu rios da região amazônica a partir do Equador, passando pela Colômbia e pelo Peru até chegar ao Pará.
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Durante o trajeto, os participantes promoveram debates e encontros com comunidades ribeirinhas, levando uma mensagem de unidade e defesa da floresta. A porta-voz do movimento, Lucia Ixchiu, afirmou que a viagem simboliza a resistência e a necessidade de cooperação entre povos. “Nosso objetivo é construir solidariedade além das fronteiras. O planeta atravessa uma crise ambiental e precisamos agir juntos. Queremos o fim da poluição dos rios e o respeito aos direitos dos povos indígenas”, declarou.


As lideranças pretendem apresentar, durante a COP30, um conjunto de reivindicações prioritárias, como maior participação na gestão dos territórios tradicionais, acesso à água potável, combate à mineração e à exploração de petróleo e ações mais efetivas contra a violência e o desmatamento.
O líder indígena Pablo Inuma Flores, representante da região de Baixo Madre de Diós, no Peru, destacou a urgência de medidas concretas. “Defendemos combustíveis limpos, sem poluição, e o fim da mineração ilegal. Queremos zero combustíveis fósseis, zero extrativismo predatório e zero desmatamento. É preciso dialogar de forma construtiva, mas com compromisso real com a vida na Amazônia”, afirmou.
A chegada da flotilha marca o início de uma série de mobilizações populares e indígenas que antecedem a COP30, prevista para ocorrer em novembro de 2025, e reforça o papel das comunidades amazônicas como protagonistas na luta global contra as mudanças climáticas.




