9.9 C
Campinas
domingo, julho 6, 2025

Acordo entre China e Estados Unidos reacende expectativas na COP26

Data:

China e os Estados Unidos (EUA), anunciaram na COP26, um acordo bilateral que reacendeu alguma esperança a dois dias do fim da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU)

 

 

 

Os maiores emissores de gases de efeito de estufa do mundo, a China e os Estados Unidos (EUA), anunciaram nas últimas horas, durante os trabalhos da COP26, em Glasgow, na Escócia, um acordo bilateral que reacendeu alguma esperança a dois dias do fim da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de uma declaração conjunta sobre o reforço da ação climática.

“O documento contém declarações fortes sobre estudos alarmantes de cientistas, a redução das emissões de carbono e a necessidade urgente de acelerar ações para chegar lá”, afirmou à imprensa o enviado especial dos EUA, o antigo candidato presidencial John Kerry, acrescentando que  as duas potências se “comprometem com uma série de ações importantes para esta década, no momento em que elas são necessárias”.

“Podemos comprometer-nos todos com a via de um desenvolvimento verde, com baixas emissões de carbono, e duradouro”, disse o presidente da China, Xi Jinping, que falou em videoconferência, paralelamente à Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Xi Jinping. Ele não fez, no entanto, qualquer referência direta ao entendimento com os Estados Unidos, firmado em Glasgow.

Segundo o enviado chinês à COP26, o compromisso resultou de quase três dezenas de reuniões ao longo dos últimos dez meses.

De acordo com a ONU, o mundo segue uma trajetória “catastrófica” rumo a um aquecimento de 2,7 graus Celsius até o fim do século, que levará a um conjunto de fenômenos climáticos progressivamente devastadores. Na prática, na declaração conjunta, chineses e norte-americanos comprometem-se a fazer mais para travar o aquecimento global. Eles não dão detalhes de ações precisas: prometem, por exemplo, “tomar medidas reforçadas para erguer as ambições durante o ano de 2020” e renovar o compromisso com as metas do Acordo de Paris, para uma subida da temperatura planetária “bem aquém” de 2°C em relação à época pré-industrial e, “se for possível”, atingir e solidificar 1,5°C.

As delegações de Pequim e Washington comprometeram-se também a trabalhar, ainda em Glasgow, para um resultado “ambicioso, equilibrado e inclusivo sobre o atenuar [das emissões poluentes], a adaptação e o apoio” aos países menos desenvolvidos.

Xi Jinping e o presidente norte-americano, Joe Biden, planejam manter conversações, por videoconferência, na próxima semana.

 

“Passo importante”

Foi “um passo importante na direção certa”. Assim reagiu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no momento do anúncio do entendimento sino-americano.

“Para lá da COP, é importante para o mundo”, reagiu por sua vez Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, em declarações à agência France Presse.

As reações ao compromisso entre norte-americanos e chineses são cautelosas. Se a ONU e a União Europeia (UE) acenam ao que consideram um entendimento encorajador, organizações não governamentais consideram-no escasso. A organização não governamental (ONG) Greenpeace diz que é necessário que as duas maiores potências internacionais demonstrem maior empenho.

Citada pela BBC, a diretora da organização norte-americana WWF sustentou que o anúncio do entendimento veio trazer “nova esperança” quanto à meta de um aquecimento limitado a 1,5°C. Destacou que é preciso clareza “sobre o que ainda é exigido a ambos os países em relação à redução de emissões nos próximos nove anos”.

O ex-primeiro-ministro australiano Kenin Rudd, que coordena a Sociedade Asiática dedicada às alterações climáticas, quis deixar claro que, no seu entender, o acordo entre chineses e norte-americanos não é uma inversão completa de marcha, mas um passo largo: “O atual estado da geopolítica entre China e Estados Unidos é terrível, por isso o fato de se poder extrair esse acordo entre Wahington e Pequim é significativo”.

Em síntese, o principal negociador chinês, Xie Zhenhua, disse haver, a esta altura, “mais acordo do que divergências” entre as duas potências.

Vale lembrar que a China se recusou a assinar um acordo, no início desta semana, para limitar o metano, optando por prometer um “plano nacional” para agir sobre a questão.

 

Novo esboço

Um novo esboço da declaração final da COP26 já está circulando, embora ainda esteja em negociação.

Ao fim de dez dias de conversações, as delegações enviadas à Escócia chegaram a um projeto de conclusões “praticamente final”, segundo o presidente da cúpula que se pronunciou num dia de trabalhos dedicados às cidades e regiões. Alok Charma apelou à “abertura e flexibilidade” por parte dos negociadores, embora tenha reconhecido que subsiste “uma montanha para escalar”.

No projeto de conclusões, os países são chamados a fortalecer os cortes de carbono até o fim de 2022. O documento reitera o compromisso com as nações mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.

O encerramento do encontro em Glasgow está previsto para esta sexta-feira (12), embora as negociações possam ainda continuar.

 

Penúltimo dia

Com o calendário oficial dos trabalhos a se esgotar, os debates de hoje abordam temas como crise climática e direitos das crianças, promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). À mesa permanecem assuntos  como utilização de combustíveis fósseis e a ação sobre a a Amazônia.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas e ativistas participam na Escócia da COP26.

Há seis anos, o Acordo de Paris fixou como meta de limite do aumento da temperatura média da Terra entre 1,5°C e 2°C acima dos valores da época pré-industrial. Em 2020, ano da eclosão da pandemia de covid-19, as emissões de gases de efeito estufa registraram recordes históricos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Itamaraty rebate revista The Economist e denuncia ataque midiático à diplomacia de Lula

A resposta oficial do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty)...

Europa enfrenta nova onda de calor com temperaturas que ultrapassam 44 °C

Uma nova onda de calor atinge diversos países da...

Rei Charles parabeniza Lula e Marina pela proteção das florestas

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima,...

Brasil firma cooperação com Irã para políticas de trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Luiz...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade