Presidente afirmou em entrevista que discutirá medidas para garantir que empresas do sistema financeiro paguem impostos devidos
Após a rejeição da Medida Provisória (MP) que previa o aumento da arrecadação federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) que buscará alternativas para equilibrar as contas públicas. Durante entrevista à Rádio Piatã FM, da Bahia, Lula declarou que o governo estuda medidas para garantir que o sistema financeiro, em especial as fintechs, contribua de forma mais justa com o fisco.
“Eu liguei para o Haddad [ministro da Fazenda], para a Gleisi [ministra das Relações Institucionais] e disse: vamos relaxar, não vamos perder o final de semana discutindo o que aconteceu ontem no Congresso Nacional”, afirmou Lula, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
A declaração veio um dia após a Câmara dos Deputados retirar de pauta a MP 1303/2025, considerada estratégica para o equilíbrio fiscal de 2026. A medida previa a tributação de fundos exclusivos, apostas esportivas e outros ativos de alto rendimento, mas acabou caducando por falta de votação.
Diante do revés político, Lula disse que se reunirá na próxima semana com integrantes da equipe econômica e da articulação política para discutir novas medidas. A prioridade, segundo o presidente, será garantir que o sistema financeiro — especialmente empresas de tecnologia financeira — passe a pagar os impostos que, segundo ele, hoje são subestimados ou isentos.
A MP rejeitada previa arrecadação adicional de até R$ 20,8 bilhões e era considerada um dos principais instrumentos do governo para fechar as contas do próximo ano. Com a queda da proposta, o Executivo deve buscar outras saídas legislativas ou administrativas para compensar a perda de receita.
O governo avalia que setores como o das fintechs e plataformas digitais de pagamento têm crescido com baixa carga tributária e que há espaço para ajustar a arrecadação sem penalizar a população de baixa renda.