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quinta-feira, setembro 19, 2024

Ensino Integral

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O Colégio Estadual Thomas Alves esta indo para o seu 4º mês de ensino em período integral, proporcionado para as crianças de 1ª a 8ª séries.
Para sabermos como anda o ensino, entrevistamos a diretora da escola, Maria do Carmo.

Jornal Local- O ensino em período integral esta satisfatório?
Maria do Carmo- Ele pode melhorar. Foi uma coisa que nos pegou de surpresa, admito que ainda não estávamos preparados. Mas agora são visíveis pequenos avanços.

JL- Foi difícil os alunos aceitarem?
MC- Olha foi um pouco difícil. As crianças tiveram seu turno alterado para 9 horas diárias. Houve algumas reclamações, alunos querendo sair mais cedo, mas agora estão se adaptando. Ontem mesmo uma criança ficou doente mas não queria de jeito nenhum ir embora pra casa.

JL- E a merenda? Está tudo em ordem?
MC- Tivemos alguns problemas em relação à merenda. Alguns alunos queriam almoçar em casa, mas o programa não permite que as crianças saiam da escola durante o período da aula. Então alguns alunos insatisfeitos falavam para os pais que a comida era mal feita. Alguns pais até se uniram para um baixo assinado para tirar a merenda da escola. Mas nossa merenda é muito bem feita com variações nos pratos. Nós, professores e coordenadores, almoçamos junto aos alunos. A Seasa entrega a merenda dia sim dia não, o que proporciona alimentos sempre fresquinhos. Algumas crianças nem tem o que comer em suas casas, fazendo as três refeições diárias no próprio colégio.

JL- E os pais se acalmaram? O que eles estão achando do ensino integral?
MC- Os pais que questionavam a merenda foram convidados a entrar e ver o que seus filhos comiam. Logo, não ficaram insatisfeitos. No começo, assim como as crianças, eles também reclamavam um pouco dos filhos ficarem 9 horas do dia na escola, mas agora já estão aceitando a idéia, afinal, os filhos deles só tem a ganhar com as oficinas.

JL- E os professores e coordenadores também estão aprendendo com o programa?
MC- Com certeza está sendo um aprendizado para eles. Alguns professores ainda precisam mudar a metodologia de ensino, não ficar muito na sala de aula, na teoria, para não cansar demais os alunos. Esses professores estão sendo chamados para um treinamento.

JL- O governo está avaliando isso?
MC- Em março tivemos um encontro em Águas de Lindóia, onde as 540 escolas do Estado inscritas no programa foram avaliadas e corrigidas. Tinha uma escola onde a merenda era enlatada e isso foi logo corrigido. Em Junho nós teremos mais uma reunião dessa no mesmo local.

JL- Vocês acreditam que o ensino em período integral no Brasil poderá se igualar ao de outros países?
MC- Participamos de um congresso em São Paulo, onde quatro países falaram de sua experiência no ensino integral: Inglaterra, Portugal, Espanha e Chile. Todos eles enfrentaram problemas de início. Portugal por exemplo demorou 30 anos para chegar ao nível dos dias de hoje. Ainda estamos com um curto prazo para prometermos ter sucesso como esses países tiveram. Mas acreditamos que dando essa grande bagagem cultural para as crianças hoje, amanhã elas estarão muito bem formadas e orientadas. O ensino integral só tem a acrescentar na vida delas.

Tiago Campos

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