Indicadores mostram que apesar da alta taxa de crescimento de profissionais, ainda existem regiões carentes de saúde em território nacional.
A forma como vem aumentando o número de médicos no país, preocupa seriamente os ministérios da saúde e da educação. Segundo indicadores do governo, a taxa atual de crescimento de profissionais representa o dobro do índice progressivo da população. Apesar disso, os dados mostram um grande contraste diretamente relacionado à distribuição de médicos e escolas de medicina. Enquanto as regiões sul e sudeste contam com uma quantidade excessiva, ainda há espaço nas regiões norte e nordeste para mais profissionais e cursos.
Existe hoje no Brasil cerca de 2.793 cursos na área de saúde, as quais 51% está concentrado na região Sudeste, principalmente na cidade de São Paulo. Logo após vem a Região Sul com 21% da oferta, seguido das demais, que ao todo somam 28%. Na Amazônia por exemplo, local onde 80% das questões de saúde são resolvidas com ações de atenção básica, concentra-se apenas 6% do total de cursos distribuídos no país, com uma formação básica considerada inadequada, de acordo com os dados da Cinaem – Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Médico.
Segundo os indicadores, esses números têm origem profunda, pois há uma nítida constatação de que a distribuição dos profissionais e cursos da saúde, acompanham o grau de desenvolvimento sócio-econômico do país.
Tratando-se dos cursos de medicina, estudos da Cinaem mostraram que os recém-graduados no Brasil terminam a faculdade com apenas metade dos conhecimentos que deveriam ter, e a residência médica tornou-se uma continuidade natural. Isso representa um ensino focado preferencialmente na especialização precoce, não priorizando a formação do médico generalista.
Um plano para mudar esse perfil atual de formação do médico, é o incentivo a mudanças curriculares propostas às escolas especializadas.