Para o autor do projeto, deputado estadual Sebastião Almeida (PT),
o governador atendeu ao lobby das indústrias de plástico
O governador José Serra (PSDB) vetou o projeto de lei 534/07, que exigia a adoção de sacolas plásticas oxibiodegradáveis por parte dos estabelecimentos comerciais de São Paulo. O veto foi publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta (27/7). Para o autor do projeto, deputado estadual Sebastião Almeida (PT), o Executivo desperdiçou uma grande chance de ampliar o debate em torno das sacolas de plástico utilizadas pelo comércio. \”O veto é questionável, na medida em que outros Estados do país estão adotando os materiais degradáveis\”, diz Almeida.
O deputado estadual lembra que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente apresentou argumentos técnicos discutíveis para convencer Serra a vetar o projeto. \”A impressão que se tem é que se ouviu apenas um lado nessa discussão. Parece que o lobby das indústrias de plástico influenciou a decisão do secretário Xico Graziano\”, destaca.
Almeida lembra que iniciativas semelhantes ao projeto de lei 534/07 começam a se espalhar por todo o país. Algumas grandes redes de supermercado de cidades como Curitiba e Maringá (PR) e Campinas (SP) aderiram ao plástico oxibiodegradável sem que houvesse imposição da lei. \”Mas a maioria dos supermercadistas ainda não despertou para o problema do lixo produzido com essas sacolas, sobretudo porque não têm qualquer responsabilidade sobre isso\”, lembra o deputado.
Segundo Almeida, ninguém é a favor de continuar despejando plástico na natureza, nem mesmo se ele for composto por material biodegradável. \”Não se pode ignorar o problema e deixar tudo como está. Desde 1994, o Estado de São Paulo é governado pelo PSDB, que não fez nada para resolver os problemas com o esgoto das cidades da região metropolitana. Agora vão fechar os olhos para a questão do lixo\”, diz Almeida.
O deputado acredita que o governador José Serra pode se arrepender do veto ao projeto no futuro. “Estados como o Rio de Grande do Sul e Paraná já têm projetos tramitando em suas Assembléias Legislativas. No Rio de Janeiro, o próprio governador Sérgio Cabral (PMDB) demonstrou interesse em enviar um projeto nesse sentido para apreciação dos deputados estaduais”, diz Almeida. “Além disso, existe iniciativa semelhante no Congresso Nacional”.
As sacolas oxibiodegradáveis são produzidas a partir da inclusão de um aditivo no processo de produção do plástico. Ele acelera a decomposição do material numa velocidade até 100 vezes maior. Ou seja, um plástico que demoraria 300 anos para desaparecer no ambiente não dura mais do que três anos com essa tecnologia.
Serra veta projeto de lei das sacolas biodegradáveis
Data:
Não é tão simples assim.
As novas tecnologias podem, ao longo do tempo, se mostrar mais nocivas que o saco plástico, que já conhecemos e estamos aprendendo a corrigir os efeitos colaterais. A reciclagem ajuda bastante e gera emprego. Já refleti bastante sobre isso. Sacolas que precisam ser lavadas não são ecológicas. Sacolas que vasam não são ecológias, porque implicam uso de água, detergente, etc para a limpeza. Enfim, vou me informar melhor sobre as sacolas oxidobiodegradáveis! Acho prematuro o uso desses novos inventos como se fossem a salvação da pátria.
Pesquisas sérias demandam muuuuuito tempo testes e avaliação de efeitos colaterais. Felicidades e sucesso nas boas intenções.