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domingo, dezembro 22, 2024

Egito: Simplesmente Majestoso!

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Mistério, surpresa e admiração! Uma mistura de sentimentos ao visitar esse maravilhoso país. O Egito guarda ainda muitos segredos, que remontam mais de cinco mil anos em suas pirâmides, templos dedicados aos Faraós, deuses e tumbas.
Perguntas sem respostas, perplexidades! Tempos de glória e de esplendor! Marcas deixadas pelos grandes Faraós.
Cairo, portão de Entrada do Egito. Com um milhão de quilômetros quadrados, sendo 92% deserto e somente 8% de terra de cultivo, a maioria da população do país, hoje com 90 milhões de habitantes, está localizada às margens do famoso Rio Nilo. Noventa por cento da população é muçulmana e 10% são cristãos, ortodoxos e outros.
O Egito é um país muito seguro devido às crenças e práticas da religião muçulmana. O presidente está governando há 26 anos e, segundo nosso guia de viagem, numa democracia ditatorial. Nas eleições, mesmo com a maioria da população não comparecendo aos postos de votação, o número de votos a seu favor foi sempre incontestável. Os dois últimos candidatos que concorreram com o atual presidente, numa eleição que aconteceu há dois anos, foram presos sem motivos que justificassem tal ato.
A história egípcia de 6.000 a.C. começa com duas raças: a africana, oriunda do centro da África, do alto Egito, no sul, simbolizada pela Flor de Lótus; e a raça mediterrânea, do baixo Egito, norte do país, representada pelo Papiro. Será necessário chegar ao ano de 3.200 a.C. para que se possa falar mais propriamente de história egípcia.
A história tem início com o rei Menés, a quem se deve a unificação dos dois reinos, sendo Mênfis a primeira capital do Egito. Após a unificação deu-se início a primeira das trinta e uma dinastias que se sucederam no trono egípcio até 322 a.C, ano da conquista de Alexandre Magno.
Recebido como libertador e declarado “filho de Rá” pelo oráculo de Luxor, Alexandre Magno funda a nova cidade de Alexandria. Os dois séculos que precedem ao nascimento de Cristo testemunham a decadência do país, dominado pelo crescente poder de Roma. Por fim, em 595 d.C quando morre Teodósio, o Egito torna-se parte do império do oriente.
Se você quer realmente entender um pouco mais dessa história, programe-se para uma visita de, no mínimo, oito dias ao Egito. Se possível, inclua mais um dia no Cairo para visitar Sakara e Mênfis, que ficam nos arredores da cidade. Dessa forma, entende-se melhor a ordem cronológica da história. Todos os Faraós governavam a partir de Mênfis e eram enterrados em Sakara. Foi nesta cidade que o primeiro arquiteto que se tem conhecimento na história construiu a primeira pirâmide funerária do mundo. Vale a pena visitar.
Quem pensa que as pirâmides de Gizé estão em meio ao deserto, engana-se. As três pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos estão próximas a avenidas, hotéis e comércio. Aliás, é possível ficar hospedado em quartos com vista para as pirâmides, consideradas uma das sete maravilhas do mundo. Isso mesmo, alguns e poucos hotéis de luxo oferecem quartos com vista para as pirâmides! Porém, o visitante que quiser hospedar-se num destes quartos paga de US$ 50 a US$ 60 a mais por noite. Ou pode contentar-se com vista para o jardim. Uma das opções é ficar no Palácio Oberoi, onde os quartos têm uma ampla varanda que permite admirar essas maravilhas, mesmo à noite, uma vez que há iluminação nas pirâmides.
Quando se chega a Gizé, surge perante os olhos do visitante um dos espetáculos mais belos que a mão do homem pôde conceber. Um ditado popular egípcio diz: “Todo o mundo teme o templo, mas o templo teme as pirâmides”.
A pirâmide de Quéops é a maior das três. Tinha inicialmente 146 metros de altura, mas hoje tem 137. No lugar da vértice faltam blocos, num espaço de 10 metros. Quéops também é a única das três pirâmides que manteve o revestimento liso na sua parte terminal.
Além das pirâmides, o visitante encontra a Esfinge, com seus 73 metros de comprimento, a 350 metros da pirâmide Quéops. É a representação colossal de um leão com cabeça humana.
Ainda no Cairo, uma das visitas mais interessantes é o museu da cidade, com mais de 150 mil peças de artes, estátuas, sarcófagos, jóias, etc. A preciosa coleção de Tut-Ank-Amon é a mais importante. Outras peças de especial interesse são as do antigo império, como as estatuas de Quéops, Quefren e Miquerinos. Encontram–se também as coleções de Tutmósis III, de Akhenaton e numerosas estátuas de Ramsés II.
Os mais curiosos e interessados podem reservar mais tempo, além das 2h30 a 3h normalmente previstas nos programas para visitar o museu. A dica é pagar US$ 20 para visitar as duas salas de múmias. Em uma delas estão as múmias mais famosas, entre elas a de Ramsés II e Set I.
Existem várias opções de roteiros que incluem, além de Cairo, Luxor, Aswam, Abul Simbel, e outros pontos históricos e culturais importantes. Há vôos entre Cairo e Luxor e Cairo e Aswam, além de dezenas de navios que fazem cruzeiros entre as cidades.
A quantidade de cruzeiros e turistas surpreende. Todos os navios são muito parecidos se diferenciam pelos serviços, tipo de cabine e decoração. Há cruzeiros que navegam pelo Nilo por quatro noites/três dias e três noites/dois dias.
O que dizer dos templos de Luxor, dedicados à esposa do Deus Amon Rá? Retratam a guerra de Kadash e foram terminados por Ramsés II. O templo de Carnac é unido ao de Luxor por uma longa avenida onde se perfilam esfinges com cabeça de carneiro, que a 4ª Dinastia substituiu por esfinges com cabeça humana. Simplesmente Majestoso! Um dos lugares mais lindos do Egito. Suas imensas colunas contam histórias religiosas. Cada coluna, um capítulo religioso. Os obeliscos desafiam a nossa inteligência. Somente um povo muito adiantado, com técnicas avançadas, poderia ter feito tudo aquilo! As técnicas de construção explicadas pelos guias e estudiosos não nos convencem!
E o que dizer do Vale dos Reis e das Rainhas, onde até hoje se encontram túmulos de faraós? Imperdível!
Outra dica é desfrutar de momentos agradáveis fazendo um passeio de feluca pelo Nilo, em Aswan. Visitar a barragem e as pedreiras de granito também é sensacional. Lá, o visitante tem a oportunidade de ver um obelisco inacabado e as técnicas de corte das pedras. A partir das incisões regulares deixadas no muro de sienito, dá para ter uma idéia de como eram extraídos os blocos de pedra. Nos sulcos, que indicavam a superfície a ser removida, eram inseridas cunhas de madeira, que depois eram molhadas. A madeira, ao inchar, expandia-se e fazia com que a cunha forçasse e partisse a pedra na direção desejada.
Deixar de visitar Abu Simbel, a 320 quilômetros de Aswan, em território nubiano, é imperdoável! Estenda o roteiro em mais alguns dias para fazer o cruzeiro pelo lago Nasser ou, então, pegue um pequeno avião e passe algumas horas no templo de Abu Simbel, no último dia de cruzeiro em Aswan.
Trata-se de uma das construções mais bonitas e bem feitas do maior e mais caprichoso faraó da história egípcia: Ramsés II. Nesse lugar, perdido entre os desertos nubianos, o templo foi inteiramente esculpido num único pedaço de rocha e possui 38 metros de frente por 65 de profundidade. Quatro estátuas colossais do Faraó sentado no trono, cada uma possui vinte metros de altura, quatro metros de uma orelha a outra e mais de um metro de linha dos lábios. Não são só símbolos dos atributos de Ramsés, mas também, e sobretudo, colunas de sustentação da fachada, que tem uma altura de 31 metros.
No final da viagem, nos damos conta de que tivemos o conhecimento de uma cultura de mais de cinco mil anos, o que nenhum livro nos oferece. Apenas indo até lá para conferir!

*Lucila Nedelciu

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