O ribeirão Pires, que corre a céu aberto, traz riscos a saúde e a segurança dos moradores. Na Rua Antonio Rodolfo, no Jardim Conceição, algumas casas que margeiam o córrego estão em situação de risco, pois ficam em barrancos sem muros de sustentação. Acúmulo de lixo e vegetação alta nas margens, são outros problemas enfrentados pela comunidade.
Moradores destes locais já solicitaram, junto à subprefeitura do distrito, as medidas necessárias, entretanto dizem que sofrem com o descaso do órgão “ Tudo está desmoronando, é responsabilidade da subprefeitura, deixaram as pedras e nem mexeram. Cada hora eles falam uma coisa, depois que acontece um desastre, não adianta nada.” afirma uma moradora que prefere não se identificar.
Outra preocupação constante é a saúde, sendo que as más condições do córrego podem provocar doenças, “… tem muitas pessoas por aqui que tem diarréias freqüentes e muitas dores de cabeça. Por aqui além do mau cheiro, tem muito mato e muito pernilongo” afirma Tereza Alves, moradora do bairro há três anos.
Descendo o leito do córrego, nos deparamos com outras queixas, Valdenir José de Barreiro, que é moradora da Rua João Puggina há oito anos, afirma que há tempos prometem, mas nenhuma melhoria é realizada “Eles disseram – A subprefeitura – que iriam canalizar o córrego há cinco anos atrás, fizeram o esgoto e até agora nada. Eu já tive dengue, me tratei e na época, há um ano atrás, me lembro que bastante gente daqui teve também.” diz Valdenir.
A situação mais grave é na rua, João Santos Júnior, da COHAB, onde, segundo membros da comunidade, durante a época das chuvas, há problemas com enchente, “Quando chove alaga tudo, sobe quase 1 metro de água” denuncia César Pereira, morador da COHAB há oito anos, ele diz ainda que sofre com o desinteresse dos órgãos públicos “Eu que tapei alguns buracos, já procurei a subprefeitura, mas não tive respostas, chegaram ate me xingar por eu ter tapado os buracos, sendo que ate uma criança já caiu no buraco de esgoto. A sanasa não toma nenhuma providência também”.
Quando nossa equipe de reportagem esteve no local, uma máquina da subprefeitura estava realizando uma obra, onde canalizarão a água – de chuva e de esgoto – que fica empoçada na rua, levando-a ao Ribeirão Pires.
A Assessoria de Imprensa da Sanasa, declarou que a empresa possui uma Estação de Tratamento de Lodo junto às Estações de Tratamento de Água 3 e 4 em Sousas, o que impede a descarga do lodo no córrego.
Desta forma, acredita-se que o odor não tem relação com lodo, ele é, supostamente, proveniente de uma séria de fatores como a baixa vazão do Córrego, a falta de chuva e a alta temperatura, que fazem com que os detritos depositados, naturalmente, no fundo do córrego acabem provocando um mal cheiro nesta época do ano.
A empresa afirmou ainda que, tem um projeto de interceptação dos esgotos do distrito que serão direcionados à Estação de Tratamento de Esgoto Sousas/Joaquim Egídio que será inaugurada em breve.
Sobre a vegetação elevada e o acúmulo de lixo nas margens, os agentes do Centro de Saúde de Sousas, afirmaram que visitam regularmente aquela região e que, sempre que necessário, a subprefeitura promove a limpeza do local, entretanto falta consciência aos moradores que, continuam jogando lixo nas margens, dando prosseguimento ao problema.