Certamente você já passou por um dos muitos coletores de pilhas e baterias espalhados pela cidade. Colocados em praças previamente adotadas (o que fere a lei municipal – de acordo com o DPJ – Departamento de Parques e Jardins), no meio das calçadas e até no canteiro da Avenida Norte-Sul (quem será que vai parar o carro para reciclar???), tomam conta da paisagem.
Porém, a idéia que no início tinha um apelo ambiental, isto é, de conscientizar a população sobre a importância relativa à coleta destes materiais, agora mostra sua “outra face”.
Os coletores atualmente se tornaram em mini-outdoors, onde são feitas propagandas de anunciantes. Tornaram-se ferramentas mais publicitárias e menos ambientais.
Para quem passa de carro ou ônibus, é simplesmente impossível diferenciar o mini-outdoor de um coletor de pilhas e baterias. Também pudera, as letras e a publicidade dos anunciantes estão em letras enormes enquanto as mini-plaquinhas contendo os dizeres de pilhas e baterias só podem ser vistos de uma distância de aproximadamente um metro.
Sendo assim, contribuem mais para o aumento da poluição visual do que para a diminuição da poluição ambiental.
Se eu estivesse errado, no lugar da publicidade estaria escrito em letras garrafais: CAMPINAS FAZ SUA PARTE. RECICLEM AQUI SUAS PILHAS E BATERIAS. Aí sim, saberíamos que a iniciativa era séria. Mas os únicos coletores que ainda mostram para que servem, são os que não tem espaço publicitário vendido.
Mais uma vez o fator geração de lucros utiliza o fator ambiental como pano de fundo.
Mas o pior é banalizar a preservação do meio ambiente, que todos sabemos ser de vital importância para as gerações futuras.
No dia em que nos conscientizarmos que todos fazemos parte do meio ambiente e devemos tratá-lo com mais respeito, pode ser tarde demais.
Marcelo Amorim
Apelo ambiental ou publicitário?
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