Isso porque tira armas da população e não dos marginais,
os efetivos autores dos crimes
O Estatuto do Desarmamento, que completou um ano em 23 de dezembro, não reduziu a criminalidade no País. Ao contrário, neste período aumentou nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná entre outros.
Segundo o prof. Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil e estudioso do assunto, os marginais podem estar agindo até com maior ousadia, já que com a proibição do porte de armas teriam certeza da não-reação de suas vítimas. “Os criminosos estão agindo com mais audácia porque sabem que suas vítimas, os cidadãos de bem, não podem mais portar uma arma para se defender – já que o Estatuto proibiu o porte. Assim, não há o que temer ao abordar uma pessoa”.
Os números
No RJ, o Instituto de Segurança Pública tomou como base o mês de outubro de 2004 em relação a 2003: o número de roubos em ônibus aumentou 151%, segundo o Boletim Mensal de Monitoramento. Foram 635 casos contra 253, o que representa 382 casos a mais.
De acordo com a estatística apresentada pelo Instituto, seis dos dez tipos de crimes destacados no boletim tiveram aumento de casos. Os assaltos a transeuntes bateram novo recorde. Em setembro/2003, foram 2.059 casos. Em outubro, o volume subiu para 2.268 (10,15% a mais). Em comparação com outubro de 2003, o crescimento foi de 55,7%.
Nesse período também tiveram crescimento homicídio doloso, com 6,7% ou 33 casos a mais (522 contra 489); roubo e furto de veículos, 3,2% ou 137 casos a mais (4.391 contra 4.254); os casos de assalto a transeunte aumentaram 18,2%. Foram 2.700 registros a mais (17.556 contra 14.856). Os casos de latrocínio aumentaram 3,2%: foram cinco a mais (160 em outubro deste ano).
No Paraná os crimes contra a pessoa aumentaram durante os nove primeiros meses de 2004 em relação ao mesmo período de 2003. O número de homicídios dolosos cresceu 8,17%, enquanto o de extorsões mediante seqüestro subiu 414% (de 8 para 54 casos). Três modalidades de infrações contra o patrimônio também tiveram acréscimo – roubo de carga (44,9%), roubo de veículos (38,38%) e roubo a banco (2,08%).
Em São Paulo, pelos dados da Secretaria de Segurança Pública, o crime vem diminuindo desde 2001, ou seja, antes da campanha: os homicídios caíram de 8% no 1º semestre de 2001 em relação ao mesmo período de 2002; e mais 9% deste ao 1º semestre de 2003; e outros 23% do 1º trimestre de 2003 para o 1º de 2004.
Segundo o presidente do Movimento Viva Brasil de “inócua” a campanha de desarmamento passa a ser “perigosa”. “Os números não são nada animadores, e provam que desarmar a população — e não os marginais — não é solução. É tirar do cidadão o legítimo direito de defesa”, completa o prof. Barbosa