A ginasta brasileira Jade Barbosa descobriu uma lesão no punho direito, logo após as Olimpíadas de Pequim, chamada osteonecrose, causado por trauma ou por esforço repetitivo. A orientação do médico da atleta foi o tratamento com fisioterapia, que poderia evitar a necessidade de cirurgia e um longo tempo de recuperação. Diagnósticos médicos como este, orientando o tratamento conservador através das técnicas e tecnologias da fisioterapia avançada são cada vez mais comuns.
Muitas outras patologias podem e devem ser tratadas com a fisioterapia e acompanhamento médico. A hérnia de disco é uma das mais importantes: ainda no mundo esportivo, o zagueiro brasileiro Roger, ex-Fluminense e Grêmio, precisou voltar ao Brasil para tratar com fisioterapia uma hérnia de disco que o obrigou a cancelar sua transferência para um time dos EUA.
Com alta incidência na população, a hérnia de disco é mais freqüente nas regiões lombar e cervical, e pode ser causada por fatores como fazer esforço exagerado em flexão, obesidade, deformidade da coluna, idade, neoplasia ou sedentarismo. “O prognóstico do médico especialista é fundamental em todos os casos, seja atleta ou não”, explica Roberto Serafim, fisioterapeuta chefe do instituto que leva seu nome, em Campinas. Segundo ele, cada vez menos pessoas com hérnia de disco que procuram um bom tratamento fisioterápico fazem cirurgia.
Cotidiano sem dor
O retorno em tempo relativamente rápido às atividades cotidianas e a sensível diminuição de dores agudas são motivos que justificam a boa porcentagem de adesão dos pacientes ao tratamento com fisioterapia. “A importância do tratamento fisioterápico de dores na coluna por artroses, escolioses e hérnia de disco é imensa, pois muda a vida da pessoa. Em muitos casos, o paciente chega à clínica não apenas com dores crônicas, mas em alguns casos até com baixa auto-estima por consequência desta condição. Um tratamento adequado e bem direcionado promove a diminuição da dor e restauração das funções, devolvendo a pessoa ao seu cotidiano social e profissional”, revela Serafim.
A capacidade de evitar cirurgias vai além das técnicas clínicas, pois o profissional desenvolve aspectos didáticos junto ao paciente, conseguindo, aos poucos, mudar hábitos simples como a melhor postura para assistir televisão, a melhor posição de dormir, de ficar no sofá da sala, a postura das costas durante o trabalho entre outras orientações. “Aliviar as dores e eliminar os fatores que as provocam, além das técnicas de tratamento em si, é outro desafio do fisioterapeuta, pois nem sempre pacientes encaram as atitudes de mudança da vida diária com naturalidade”, alerta Serafim.
Recuperação na água
No instituto Roberto Serafim, a piscina também recebe muitos pacientes com o objetivo de não precisarem passar pelo bisturi do cirurgião. “A hidroterapia é muito indicada pelos médicos e bem recebida pelos pacientes encaminhados para a clínica, atuando também na recuperação e prevenção de problemas que podem se agravar, como lombalgias por esforço”, explica.
Por fim, um último exemplo de patologia que pode ser tratada com antecipação, evitando uma cirurgia, tem também um paciente famoso. A bursite e o presidente Lula já caminham juntos há algum tempo e embora Lula já tenha feito intervenção cirúrgica, a doença deve ser acompanhada por médico e fisioterapeuta em tratamento com técnicas e equipamentos modernos que podem evitar a operação.
Roberto Serafim