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domingo, dezembro 22, 2024

CNA quer queda maior da taxa Selic para reduzir juros do financiamento rural

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Para baixar os juros aplicados nos financiamentos agrícolas, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu nesta sexta-feira (15/05), em Campinas (SP), uma queda maior da taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje em 10,25% ao ano, que serve de referência para todas as taxas cobradas pelos bancos. Durante o lançamento do CNA em campo na cidade, ela criticou os altos encargos cobrados para financiar as lavouras, que chegam a uma média de 21% no Centro-Oeste, enquanto no Centro-Sul do país este percentual chega a 15%. “É exorbitante e por isso insistimos em uma redução mais significativa”, justificou.

Segundo ela, as tradings, que têm sido uma das principais financiadoras da atividade rural nos últimos anos, cobram juros maiores em razão do alto patamar da Selic, apesar de sua redução nos últimos meses. “É um prejuízo para a economia. No nosso caso, se as tradings cobrassem encargos mais baixos, talvez precisássemos menos do crédito oficial”, disse Kátia Abreu. Na proposta do setor privado para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da próxima safra, entregue ontem ao governo, a taxa pleiteada para custeio e comercialização é de 5%, acompanhando o comportamento da taxa básica.

Em entrevista coletiva, ela estimou que o montante necessário para financiar a safra é de R$ 158,5 bilhões. Para o crédito oficial, foram solicitados R$ 120 bilhões para custeio, comercialização e investimento, segundo a proposta do PAP. Também no plano, o setor rural sugere a criação de um fundo de compensação de riscos, para permitir maior acesso do produtor rural ao financiamento agropecuário. Ainda em relação ao crédito, a senadora mencionou ainda as discussões para a reestruturação do modelo de crédito rural, no qual as propriedades, para obterem facilidade de acesso a recursos e juros mais baixos, seriam transformadas em empresas.

Outro tema abordado pela presidente da CNA, que está entre as principais preocupações do produtor, é o Código Florestal Brasileiro. “Se o código fosse integralmente cumprido, acabariam as plantações de café no sul de Minas Gerais e no Espírito Santo, as plantações de mais de 400 anos de cana no Nordeste, a produção de maçã de Santa Catarina”, justificou, defendendo a reforma do código, vigente desde 1965. “O que está consolidado de produção deve ser mantido e o que temos de cobertura florestal também deve ser preservado”, afirmou a senadora, rebatendo as insinuações de que os produtores são os principais responsáveis pelo desmatamento. “Temos plenas condições de aumentar nossa produção sem precisar desmatar uma árvore, inclusive para cumprir a primeira das Metas do Milênio da ONU, que é a de reduzir a fome em 50% até 2015”, enfatizou.

Encontros – Ainda em Campinas, Kátia Abreu se reuniu com o prefeito da cidade, Hélio de Oliveira Santos. No encontro, discutiram temas ligados à agropecuária, como legislação ambiental, crédito rural e as ações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Participaram o vice-prefeito de Campinas, Demétrio Villagra, o deputado federal Guilherme Campos, e os vereadores Campos Filho, Dário Saadi e professor Alberto. Também no CNA em Campo, houve reunião com 350 produtores rurais, no auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Primeiramente, eles ouviram o Vice-Presidente Executivo da CNA, Fábio de Salles Meirelles Filho, que enfatizou a importância da iniciativa. Em seguida, eles assistiram a uma palestra do secretário executivo do SENAR, Omar Hennemann, que abordou o tema “SENAR em Tempo de Mudança”, relatando as principais ações da entidade. Depois a senadora falou sobre “O papel da agropecuária no desenvolvimento socioeconômico do país”, mencionando vários temas que envolvem o setor agropecuário, como meio ambiente, crédito rural, plano de safra, trabalho forçado e questões fundiárias.

Por último, o secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, frisou a busca de medidas que garantam renda ao produtor rural. “É com rentabilidade que o produtor vai permanecer na atividade e os empregos serão mantidos”, disse.

Depois de almoçar com lideranças de Campinas, a presidente da CNA teve um encontro com presidentes de sindicatos rurais. Em seguida, visitou o arcebispo da cidade, Dom Bruno Gamberini, e encerrou os compromissos no CNA em Campo discutindo os prejuízos causados aos produtores pela legislação ambiental com o promotor do Meio Ambiente do Ministério Público, José Roberto Albejante.

Texto: Agência CNA

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