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quinta-feira, setembro 19, 2024

Itaipu já tem 10 encomendas de protótipos do Pálio Elétrico

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Nem bem anunciou o seu protótipo de carro elétrico, a Itaipu Binacional já tem 10 encomendas do veículo: quatro vão para a Suíça, dois serão utilizados pela Eletrobrás e quatro estão sendo requeridos para serem entregues, ainda em 2006, para compor a frota de veículos da CPFL Energia. A expectativa da Itaipu Binacional é que as demais empresas distribuidoras de energia brasileiras e paraguaias passem a utilizar veículos elétricos, permitindo o avanço das pesquisas para este tipo de transporte e contribuindo para acelerar o desenvolvimento desta tecnologia, além de beneficiar o meio ambiente.
O Pálio Elétrico será mostrando ao púbico no VE 2006 – 4° Seminário e Exposição de Veículos Elétricos, organizado pelo INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética. O evento será realizado nos dias 15 e 16 de agosto, na Escola SENAI Mário Amato – Faculdade SENAI de Tecnologia Ambiental (Avenida José Odorizzi, 1555), em São Bernardo do Campo
“Embora no Brasil exista um certo grau de consciência ecológica por parte das pessoas físicas em geral, as condições econômicas e as prioridades tornam demasiado oneroso suportar investimentos na aquisição de protótipos de Veiculo Elétrico, necessários para alavancar este desenvolvimento nos mesmos moldes do que ocorre na Europa. Na minha opinião, para o Brasil, a melhor opção será a participação do setor elétrico com a utilização de Veículos Elétricos em parte de suas frotas, pois o alto grau de responsabilidade ambiental suportado pela redução de custo de sua conta combustível com o consumo de insumo próprio ao invés de petróleo, permitirá a alavancagem deste desenvolvimento”, explica Celso Novais, coordenador brasileiro do projeto VE da Itaipu Binacional.
A transformação do Pálio em veiculo elétrico é resultado do Projeto VE, coordenado pela Itaipu Binacional em parceria com empresa suíça KWO, proprietária de nove usinas hidrelétricas localizadas na região dos Alpes, e com a qual a Itaipu já mantinha acordo de cooperação tecnológica nas áreas de manutenção, operação, meio ambiente, atualização tecnológica e exploração de recursos hidráulicos, entre outros. A Itaipu, inclusive, prestou para a KWO serviços de controle de qualidade ao processo de fabricação de um gerador para usina Grimsel.
Celso Novais explica que o projeto do veículo elétrico também faz parte das contribuições das empresas para a conservação do meio ambiente por ser auto-sustentável, além de propiciar o intercambio e informações, capacitação profissional, geração de emprego e renda, permitindo o desenvolvimento regional, O convênio internacional para execução deste projeto foi assinado recentemente, em 18 de maio de 2006.
A proposta é que o projeto seja desenvolvido em cinco anos. A Fiat Automóveis terá exclusividade por dois anos para a montagem dos veículos, podendo renová-la. Após esse período, o projeto será aberto às propostas de outras montadoras. A intenção é investir em tecnologias para o desenvolvimento de um carro absolutamente ecológico, com emissão zero de poluentes e, praticamente, sem ruídos. Para tanto, a Itaipu Binacional e a KWO estão envolvendo institutos de pesquisas e universidades brasileiras, paraguaias e européias nesse projeto.
Características
Por fora, o Pálio Elétrico é praticamente igual ao modelo convencional, movido a combustível líquido. Internamente é que ele se diferencia. O Palio Elétrico possui motor com potência de 15 Kw (o equivalente a 20 cavalos) e atinge, por enquanto, no máximo 130 km/h. O propulsor é alimentado por uma bateria de níquel, situada no fundo do porta-malas, que garante uma autonomia de 120 km. A bateria é totalmente reciclável, o que praticamente elimina preocupações ambientais com o seu destino final após o fim de sua vida útil.
Outra diferença é a alavanca de câmbio, do tipo joystick, com três posições: drive, neutro e ré. O console central conta com um display para monitoramento do comportamento da bateria com informações sobre carga, tensão, temperatura e corrente.
A Fiat entrou no projeto por acreditar que o Brasil é o ambiente ideal para o desenvolvimento de um veículo com essa tecnologia, já que grande parte da eletricidade gerada no país vem de hidrelétricas, ou seja, uma energia limpa e muito barata. Essa é uma das razões pela qual o Palio é 100% elétrico.
Inconvenientes
Como qualquer projeto ainda em desenvolvimento, o primeiro protótipo apresenta uma série de limitações, além da autonomia e do desempenho: as baterias pesam 165 kg e ocupam boa parte do porta-malas e exigem, ainda, tempo de recarga de 8 horas. Hoje, a vida útil da bateria é de aproximadamente, 130 mil km.
São questões que as empresas envolvidas no projeto esperam solucionar ao envolver os institutos de pesquisa e as universidades. “Para os próximos cinco anos pretendemos aumentar a autonomia para 450 km e alcançar 150km/h, além de reduzir o tempo de recarga da bateria. Para o uso desses carros no Brasil, também queremos testar modelos com ar condicionado”, antecipa Celso.
Preços
Não se sabe qual o preço que o Palio Elétrico será vendido no Brasil, pois existe a expectativa de que, por ser um automóvel não poluente, ocorram incentivos, como redução de impostos por parte do governo. Existem, além desse, muitos outros fatores que determinarão o valor final.
Celso exemplifica que, se no passado os primeiros protótipos tinham preços astronômicos atualmente os custos vêm sofrendo redução gradativa. Os protótipos que serão enviados para a Suíça deverão custar entre US$ 20 mil e US$ 25 mil (cerca de R$ 56 mil reais). Embora esse valor represente cerca de 45% mais caro do que o Palio 1.0 convencional na Europa, o próprio avanço tecnológico e o aumento da demanda contribuirão para o barateamento da versão elétrica.
Ainda não há estudos sobre o retorno de investimentos para as empresas distribuidoras de energia que adquirirem o Pálio Elétrico. Mas, para dar uma idéia, Celso toma por base estudos já realizados na Suíça e estima que a diferença de preços paga a mais na compra de um Veiculo Elétrico seja compensada com o custo da energia, após esse automóvel rodar em torno 35 mil quilômetros. No caso de um consumidor comum, considerando o pagamento da tarifa de energia residencial, seriam necessários 70 mil quilômetros. “Não sabemos se, quando auferidos no Brasil, esses números serão maiores ou menores”, ressalta.
Consciência Ecológica
Apenas a Itaipu Binacional está investindo cerca de US$ 750 mil nesse projeto. Os recursos que vierem a ser aportados por empresas de energia e demais parceiros nacionais e internacionais serão destinados, também, a bolsas de estudos das universidades das regiões onde estão localizados e para a troca de know-how com a finalidade de manter a equipe técnica sempre nivelada. “As conseqüências e vantagens destas interações entre institutos de pesquisa e instituições e ensino no Brasil, Paraguai e Europa devem, com certeza, extrapolar as expectativas do projeto do Veiculo Elétrico”, acredita Celso Novais.
“Entendemos ser um dever de todas as empresas contribuir com a preservação do meio ambiente. Desse modo, serão bem vindas às propostas de concessionárias de energia que desejem participar do projeto e possam efetivamente agregar valor para o sucesso deste projeto”.

Vera Longhini

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