Pelo menos 400 mil pessoas sofrem os impactos da falta de água em Campinas há quase uma semana em virtude da baixa oferta dos mananciais. O Rio Atibaia, que representa 95% de volume para o abastecimento da cidade e o o Rio Capivari, os outros 5%, se mostram com vazão insatisfatória para captação aliada ao grande acúmulo de material poluente. Segundo a SANASA (Sociedade de Abastecimento de água e Saneamento ) nesta terça-feira (14), a captação era de 2,8 metros cúbicos por segundo o correspondente a 60% da demanda da cidade. Para tender a totalidade da cidade o volume satisfatório deveria ser de 4 metros cúbicos por segundo. Com a redução significativa para abastecer os mais de um milhão de habitantes, a SANASA se viu obrigada a tratar um volume menor de água o que deixou uma boa parte dos moradores com as torneiras secas. Bairros distantes do ponto de captação e de localidades altas ficaram com as caixas vazias. O problema de falta de água para consumo começou na sexta-feira (10) em áreas pontuais e se estendeu até essa semana. As áreas mais atingidas foram o Campo Grande e Ouro Verde, além das regiões mais centrais como o Taquaral, Sousas, Nova Campinas, passando por núcleos habitacionais como Jardim Centenário e Colinas do Sol. De acordo com a SANASA a situação é critica devido principalmente a falta de chuva. Campinas terá um acréscimo de 0,5 metros cúbicos de água do Sistema Cantareira que deve chegar ao Atibaia em 12 dias. Segundo Marco Antonio dos Santos, diretor técnico da SANASA, o município havia pedido na ultima sexta-feira a liberação de 1 metro cúbico de água. De acordo com a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) essa é a pior seca que vem se prolongando desde o inicio do ano. Não chove há 10 dias e neste mês de outubro as precipitações foram de somente 0,4 metros. Dados da SABESP mostram que o Sistema Cantareira atende uma população de 6,5 milhões de habitantes na Grande São Paulo. Nesta terça-feira (14) o volume esteve em 4,5 %. O órgão já obteve provação da DAEE (Departamento de água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) mas aguarda resposta da ANA (Agência Nacional de Águas) de permissão para captar a segunda cota de reserva técnica de um total de 106 bilhões de litros de água. Esse volume representa 10,7% de acréscimo no Cantareira suficiente para atender a população até março de 2015. A primeira cota pode dura até 15 de novembro deste ano. Outros municípios Na região de Campinas, Indaiatuba já estuda a aplicação de um plano de rodízio no fornecimento de água. O projeto pode ser colocado em execução caso não chova até a entrada da próxima semana. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto pretende interromper a distribuição de água para os bairros da área mais baixa da cidade em um período entre 4 a 6 horas. Com a medida, a autarquia pretende que a pressão produzida pela interrupção possa conduzir a água para localidades mais altas. Outra cidade, Americana, também está implantando a contenção no fornecimento de água com o rodízio de mananciais. O município já utiliza o monitoramento telemétrico que mostra onde está o local de maior demanda de consumo. Com esses dados, pretende fazer revezamento entre mananciais e minimizar os impactos da estiagem. Também em Salto, o racionamento no fornecimento de água ocorre a noite deste o inicio desta semana. A interrupção acontece das 21 às 6 horas para que os reservatórios se encontrem cheios durante o dia, conforme o SAAE (serviço Autônomo de Água e Esgoto). Outros municípios que também sofrem com a questão do fornecimento de
água são Cosmópolis, Itu, Salto, Saltinho, Valinhos e Vinhedo.
Baixa dos rios provoca falta de água em Campinas e região
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