O governo brasileiro colocou à disposição da Colômbia equipes das Forças Armadas especializadas em resgate e apuração de tragédias para dar suporte na investigação da queda do avião do time da Chapecoense que matou 75 pessoas nesta madrugada (29). A equipe seguia para Medellín onde disputaria amanhã (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional do país.
“Nós disponibilizamos uma equipe da PARA-SAR [sigla em inglês pela qual é conhecido o Esquadrão Aeroterrestree de Salvamento], especializada em resgate de tragédias como essa, e também o Cenipa, que é o nosso Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos. Nos colocamos à disposição da Colômbia. E o que mais for necessário no atendimento das vítimas, das famílias, da logística, da estrutura, nós estamos à disposição do governo [colombiano]”, anunciou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em cerimônia de envio de novas tropas das Forças Armadas ao Haiti, realizada hoje de manhã (29) no Recife.
De acordo com o ministro, o Brasil só pode atuar na investigação da causa do acidente se for solicitado, já que o avião é boliviano e o território, colombiano. Mesmo assim, ele anunciou que vai designar uma comissão para acompanhar o caso. A Embaixada do Brasil em Bogotá também já foi acionada. Até agora, o governo da Colômbia não solicitou o auxílio brasileiro oficialmente.
Jungmann informou que um avião parte do Brasil rumo a Medellín levando parentes dos mortos, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, e integrantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas. Uma outra aeronave foi disponibilizada para trazer de volta os corpos das vítimas. A expectativa é que os corpos comecem a chegar amanhã ao Brasil.
“Estamos disponibilizando através da Aeronáutica um Hércules C-390 em Manaus pronto para trazer os corpos, o que deve demorar um pouco por causa a da liberação, identificação, lacração dos corpos”, estimou. Outros dois aviões estão de sobreaviso para se deslocar até a Colômbia caso necessário.
Embarque para o Haiti
O ministro da Defesa esteve no Recife para acompanhar o embarque de 247 integrantes das Forças Armadas para integrar a Força de Paz da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah). Esta é a primeira etapa do envio de 990 homens e mulheres, que deve ocorrer até o dia 8 de dezembro. Esse é o 25º contingente brasileiro a usar os capacetes azuis das Nações Unidas. Recentemente, a ONU estendeu a presença da missão de paz no país até abril de 2017. Já são 12 anos de atuação no país caribenho desde 2004.
Em respeito às vítimas do acidente, a cerimônia de envio dos militares ao Haiti não tocou o Hino Nacional e as demais canções previstas para o evento.