Diversos corpos de cachorros foram encontrados na estrada CAM 10, que liga San Conrado ao bairro Carlos Gomes. Além de ossos e pele, o fedor era intenso. No local, também havia nove sacos plásticos pretos, os quais, provavelmente, foram utilizados para transportar os animais. Em um dos corpos era visível uma coleira.
O morador da região, José Marcílio, denuncia que a desova de corpos de animais é comum no local: “Desde que eu moro aqui é isso, mas há três anos está mais frequente. Acho que é de clínica, porque são todos cachorros cuidados, não são vira-latas”, suspeita o morador.
Segundo o Departamento de Limpeza Urbana, quando acontece desovas de animais há a notificação e o recolhimento dos cadáveres.
O Centro de Controle de Zoonoses afirma que a situação é grave, do ponto de vista ambiental. De acordo com o veterinário Ricardo Rodrigues, corpos de animais mortos, que não são enterrados, podem causar problemas de saúde e ambientais.
“O primeiro problema que pode ocorrer é um acidente automobilístico. Depois, todos os corpos de animais mortos devem ser enterrados e não expostos ao meio ambiente. Alguém pode entrar em contato com o corpo e contrair alguma bactéria ou vírus do animal. Além disso, há o risco de contaminação do lençol freático”, explicou o veterinário.
O aterro do município recebe animais de clínicas. Cabe ao dono do animal a responsabilidade de dar fim ao corpo do animal, não existe lugar público e nem crematório para isso.
Clínicas particulares oferecem dois tipos de cremação, individual e coletivo. No primeiro, as cinzas são devolvidas ao dono do animal em uma urna e custa em média 450 reais. A segunda, as cinzas não são devolvidas para o proprietário e o custo é, em média, 150 reais.
O dono que reconhecer algum desses cachorros, tem o direito de reclamar com a clínica. A instituição pode ser penalizada por crime ambiental.