
As ligações de voz via WhatsApp foram liberadas dia 31 de março para todos os usuários do aplicativo de mensagens que usam smartphone.
Anteriormente, para ter acesso ao recurso, era necessário baixar uma atualização manualmente do site do aplicativo, instalá-lo e aguardar que alguém com acesso ao recuso efetuasse uma ligação. Agora, basta baixar uma atualização do app hospedado na Google Play e App Store.
O update cria o ícone de telefone no canto superior da tela de exibição das mensagens do aplicativo.
Operadoras são obrigadas a repensar no futuro
As operadoras de telefonia móvel estão determinadas a assumir em 2015 a postura que já vinham ensaiando nos últimos anos, aliando-se a aplicativos de mensagens e voz. A aproximação com os antigos “inimigos” é hoje a principal estratégia de empresas como TIM e Oi para reerguer suas receitas, afetadas por clientes que fazem cada vez menos ligações pelo celular e sequer lembram do SMS no seu dia a dia.
Segundo estudo feito pelo Ibope a pedido da Qualcomm, 26% dos brasileiros possuem smartphone; destes, 89% dizem se comunicar por meio de apps de mensagens (uma alta de 164% em relação a 2013). Dentre as principais atividades com o celular, menções a chamadas telefônicas caíram 64%.
O surgimento de apps como WhatsApp, Viber, Facebook Messenger e Skype, além do japonês Line e do chinês WeChat, afetou diretamente o uso de SMS. Algo semelhante deve acontecer com voz como resultado da popularização de recursos de voz por IP, recurso que permite fazer chamadas a outros usuários pela internet, e que passou a ser oferecido pelo WhatsApp a usuários Android desde o início deste mês.
À primeira vista, o fato não deveria ser uma preocupação, já que outros aplicativos já ofereciam essa possibilidade antes, mas a história muda quando se leva em conta que o WhatsApp é um dos aplicativos mais populares entre os brasileiros na atualidade.
Virada
A empresa de consultoria e análise Ovum prevê que o ano será de virada no setor, com o avanço da participação da receita de dados ultrapassando a de voz e SMS em nível global. No Brasil, no entanto, voz ainda é dona da maior parte do bolo.
Dentre os ganhos gerados pelo celular no último trimestre de 2014, os dados responderam por 38,6% do total na Vivo (ante 32,4% do período no ano anterior). Na Oi, representaram 33,9% (contra 26,6%) e, na TIM, 30,9% (contra 23,2%).
Segundo dados da IDC, em 2014 foram vendidos 70 milhões de celulares no Brasil. Destes, 78% eram smartphones (3G e 4G). A empresa prevê ainda que a participação de aparelhos 4G saltará de 15% para até 35% em 2015.
Diante do novo contexto, nos últimos anos, as operadoras tiveram que se ajustar, reorganizar a estrutura da própria empresa, rever foco do investimento e até mesmo redefinir que é rival ou aliado.