Por muito tempo acreditou-se que apenas exercícios físicos realizados por períodos longos, de no mínimo uma hora, eram eficientes para cuidar da saúde e, de quebra, eliminar gordura corporal. Com esse pensamento na cabeça, muita gente acabou desistindo dos treinos por não conseguir encaixá-los na rotina.
Mas de lá para cá as pesquisas sobre a prática de exercícios físicos evoluíram muito e – além de demonstrarem que qualquer quantidade de atividade física já faz bem para o organismo – estão propondo estratégias para conseguir bons resultados em períodos mais curtos de treino. Assim, o que antes só era possível em uma ou duas horas de malhação, agora pode ser conquistado em 30, 40 e até 20 minutos.
Menos tempo, mais intensidade
Uma boa opção para gastar menos tempo com a malhação é fazer exercícios intensos. Mas primeiro é preciso entender as diferenças entre treinos leves e fortes: não é apenas uma questão de relação de quantidade de carga e tempo de atividade, mas também de como a caloria é gasta e a gordura é queimada.
O fisiologista do exercício Raul Santo, da Unifesp, explica que o exercício leve a moderado promove a queima de gordura e o gasto calórico durante o esforço. O exercício intenso, por sua vez, trará o mesmo efeito, mas ele acontecerá principalmente após a atividade. “Para que o organismo se recupere do grande esforço de uma atividade intensa, o consumo de oxigênio pelos órgãos e tecidos após o exercício é aumentado”, explica o especialista. “Mas para que o oxigênio chegue para todo o organismo, o corpo precisará usar muita energia, ou seja, gastar calorias que serão em grande parte provenientes da gordura acumulada”.
Um estudo realizado na Universidade McMaster, no Canadá, e publicado no periódico The Journal of Physiology, estudou os efeitos do treinamento curto e de alta intensidade em bicicleta ergométrica e constatou que exercícios intensos feitos em um tempo menor para indivíduos jovens e saudáveis são tão eficientes quanto o treinamento de resistência de longa duração. Na ocasião, foram comparados exercícios com 10 séries, cada uma com um minuto de duração seguido por um minuto de descanso, de pedaladas em alta velocidade em bicicleta ergométrica, realizadas três vezes por semana, com exercícios mais leves e de maior duração. Outra pesquisa, realizada por cientistas da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, e publicado pela Revista do Colégio Americano de Medicina do Esporte, mostrou que exercícios mais intensos e com menor duração – realizados por 30 minutos três vezes por semana – podem ser ainda mais eficientes que exercícios leves e longos – realizados por 60 minutos cinco vezes por semana – na redução da gordura corporal em mulheres obesas e portadoras de síndrome metabólica.
Alguns exercícios intensos que surtem esse efeito são: corrida, lutas como o Muay Thai e o boxe e as pedaladas do spinning.
Treinamento funcional
O treinamento funcional se baseia nos movimentos naturais do ser humano, como pular, correr, puxar, agachar, girar e empurrar. O praticante ganha força, equilíbrio, flexibilidade, condicionamento, resistência e agilidade. Ele tira a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou isolados, como acontece na musculação.
Para trabalhar a musculatura profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a prevenir lesões, gera melhorias cardiovasculares, a redução do percentual de gordura, emagrecimento e definição muscular.