UBS Sousas e Joaquim Egídio operam de forma precária
Os conselheiros de Saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS), do Distrito de Sousas, entraram com uma representação junto ao Ministério Público, no final de novembro do ano passado, contra a Prefeitura de Campinas. Os conselheiros pedem a reposição urgente da equipe médica que conta com apenas dois médicos para atender a demanda da região, de mais de 20 mil usuários.
O caso foi parar nas mãos do promotor Daniel Zulian. Segundo os conselheiros, um dos médicos da unidade de Sousas ainda divide o atendimento com a UBS de Joaquim Egídio.
Para atender a população local, a unidade dispõe de uma equipe de cinco médicos do programa Saúde da Família. No entanto, o número é insuficiente para atender todas as áreas de abrangências. No relatório, os conselheiros apontam ao MP, um déficit de oito Agentes de Saúde, cinco médicos da Saúde da Família e cinco residentes.
O quadro se agrava em relação à equipe de enfermagem, com dois enfermeiros, sendo que um é emprestado de outra unidade. No quadro de enfermeiros, um deles se aposentou e não feito a reposição; dois estão afastados por problemas de saúde e um deles pediu exoneração do cargo.
Com toda a precariedade de equipe de saúde, o atendimento é prejudicado, o que causa longas filas de espera de quase 4 horas na unidade.
De acordo com a assessoria da Prefeitura de Campinas, a unidade de Sousas possui 11 médicos, além das especialidades de pediatria, gerontologia, odontologia e psiquiatria.
Mas não foi esse número encontrado pela reportagem. Dos entrevistados, a maioria foi unânime em dizer que faltam médicos. “Estou aqui desde às 7 horas da manhã e já são 11 e ainda não fui atendida”, reclama Sonia Ferreira. Sobre a falta de médicos, a usuária disse que, se não faltasse, já teria sido atendida.
A demora por uma consulta com especialistas é ainda pior e a espera chega a 45 dias. O prazo para agendar uma consulta com um profissional também é outro problema apontado pelos entrevistados.
Aline Vieira, moradora da Vila Brandina diz que chegou cedo e está aguardando seu filho ser atendido. Ela espera passar por acolhimento, mas disse que às vezes falta médico. A usuária também cobrou o novo local prometido pela Prefeitura mais próximo de sua casa, onde não dependa de condução.
De quem é a responsabilidade?
A Prefeitura é o principal órgão responsável pela área da saúde. O prefeito e a Secretaria Municipal de Saúde são os responsáveis pelas ações e serviços de saúde. Logo, a responsabilidade é do município, que deve gastar, por lei,15% de seus recursos na saúde básica.
Má gestão e falta de planejamento
De acordo com uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), 83% dos entrevistados acreditam que os recursos públicos não são bem administrados; 73% acham que o atendimento não é igual para todos; e 62%, acreditam que a UBS não tem gestores eficientes e bem preparados.