O possível afastamento da presidente Dilma Rousseff, pode alterar o índice da Economia? O economista Brunno Sibin afirma que, mesmo com a saída da presidente, o setor econômico ainda enfrentará dificuldades. Um eventual novo governo deve encarar uma série de desafios, e o nível de confiança das famílias e dos empresários, para a retomada do crescimento dependerá das políticas executadas.
Economista Bruno Henrique Sibin, avalia a situação da economia brasileira
JL: Com o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, como o senhor acredita que deve ficar a economia do país?
Brunno Sibin: Antes de tudo é preciso entender que a situação econômica do país
é reflexo da interação entre fatores internos e externos que foram se consolidando nos últimos anos. A economia brasileira vem sofrendo um processo de deterioração através do esgotamento da expansão do consumo, da capacidade de endividamento das famílias e da estagnação da taxa de investimento. Em relação aos fatores externos, o principal fenômeno é a desaceleração do crescimento chinês. Dentro dessa interação de fatores, o governo buscou recuperar a taxa de investimento da economia, seja por intermédio da desoneração fiscal para alguns segmentos produtivos, seja pelo programa de concessões para estimular o aumento do investimento privado em infraestrutura e logística. Essa política teve um duplo impacto negativo. Sendo assim, em curto prazo, o impeachment da presidente acaba sendo visto como um fator indutor de retomada de confiança para a população.