
Entidades ambientalistas e população moradora dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio estiveram reunidas na Praça Beira Rio, no dia 23, para apoiar o abaixo assinado contra a construção de duas barragens, uma no Rio Jaguari (Pedreira) e outra no Rio Atibaia (Duas Pontes), em Área de Preservação Ambiental (APA).
O movimento Barra Barragens surgiu, a partir de audiências realizadas na Câmara de Campinas e no Casa de Cultura de Sousas. Durante o encontro foi apresentado um estudo inédito da ONG Jaguatibaia/UNICAMP sobre a vazão e contribuição das micro bacias da APA para os Rios Atibaia e Jaguari
Participam do movimento, entidades ambientalistas, Apa Viva, Assuma, Voz Ativa, Jaguatibaia, Minha Campinas, Movimento Axé Ecológico, Resgate Cambuí, Instituto Fernando Bonillo, Impas e o Movimento Atingidos pela Barragens.
Segundo os organizadores, os dois barramentos, no Rio Jaguari (DAEE), e no Ria Atibaia (SANASA) não foram devidamente discutidos com a sociedade. Eles consideram que, as obras são de grande impacto, destruindo a fauna e a flora da região. E, o mais agravante apontado pelo Movimento Barra Barragem é que as inundações acabam com fragmentos da mata, essenciais na produção de água.
“Considero o resultado excelente. Demos visibilidade ao impacto negativo das represas à APA. Mostramos que as obras da represa não garantem a segurança hídrica para Campinas, como defende o poder público”, disse a conselheira da Câmara Técnica do Plano de Manejo, Angela Podolsky.
O poder público justifica a construção da barragem, como único recurso para garantir a segurança hídrica na região das Bacias PCJ, com armazenamento e reservação de água, o que vai ajudar no abastecimento de água na seca, e na época da cheia, evitar as enchentes. Os organizadores pretendem desmistificar que, a falta de água será solucionada com a construção de reservatórios, mas pelo contrário, pode ainda piorar.
Ambientalistas defendem que a solução mais sustentável para garantir a segurança hídrica é preservar e recuperar as nascentes. Eles, ainda alertam que não há adutora de conexão entre a barragem de Pedreira (estadual) e a rede de Saneamento de Campinas; ou seja, a água não vai abastecer Campinas.
“Estivemos na Praça Beira Rio em Sousas dialogando com a população sobre a construção das barragens. Através de faixas e panfletos explicamos, que preservar é melhor do que inundar. Pudemos perceber que as pessoas estão realmente preocupadas com a preservação da APA, e nesse sentido, a nossa mobilização acolheu quem é morador da região, e sabe da relevância da preservação da área ambiental”, disse Claudia Oliveira integrante do Movimento Minha Campinas.
A APA compreende 1/3 do território de Campinas, localizada em uma importante área de captação de água para recarga regional do Aquífero Cristalino, uma vez que contempla relevantes mananciais dos rios Atibaia e Jaguari, e possui uma rede de drenagem consideravelmente densa e bem ramificada.
Esse foi um dos motivos para que, em 2001, o então prefeito Toninho criasse essa nossa importante unidade de conservação. Além da produção de água, a APA possui um importante patrimônio social, natural e cultural que corre risco de desaparecer.
Uma audiência com o prefeito Jonas Donizetti (PSB) deve acontecer nos próximos dias para discutir alternativas modernas e contemporâneas para a segurança hídrica da cidade de Campinas, com menor impacto negativo à sociedade e biodiversidade desse território.
Os organizadores já coletaram mais de 1.300 mil e trezentos assinaturas até o fechamento dessa edição. A petição continua online e várias listas foram distribuídas nos comércios do centro de Sousas, para que os moradores possam aderir ao movimento. Assine a petição www.somosapa.minhacampinas.org.br




